Universidade brasileira cria 1⁠ª bateria de nióbio do mundo; entenda

 

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A Universidade de São Paulo (USP) anunciou a realização do depósito de patente daquela que é considerada a primeira bateria de nióbio funcional, estável e recarregável do mundo. O feito é resultado do trabalho de pesquisadores do campus de São Carlos, e coloca o Brasil em uma posição de liderança no segmento.  Como fazer a bateria do seu Android durar mais em 8 dicas 5 celulares com as maiores baterias do mundo; veja quais vendem no Brasil Embora o nióbio seja um metal estratégico amplamente utilizado em ligas metálicas, o desenvolvimento de uma bateria utilizando este material como componente central representava um desafio científico ainda não superado globalmente. 📱 Veja as melhores promoções de hoje no WhatsApp do CT Ofertas Como explicado pela USP, o nióbio possui múltiplos estados de oxidação, em vez de funcionar em sistemas binários de ligado e desligado. Na prática, isso amplia significativamente o potencial de armazenamento de carga.  -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- A universidade ainda destacou que o principal avanço foi a criação de uma proteção inteligente denominada NB-RAM, que evita que o nióbio degrade ou sofra oxidação fora de ambientes controlados.  Isso permite que o metal mude de nível eletrônico repetidamente sem perder estabilidade — na prática, funciona como se fosse um "interruptor com muitos níveis", onde cada nível armazena uma quantidade distinta de energia. Nióbio como potência estratégica A iniciativa possui importância estratégica considerada alta, visto que o Brasil detém cerca de 90% das reservas mundiais de nióbio, mas historicamente atua apenas como exportador do minério bruto ou de ligas de baixo valor agregado.  Por isso, a patente busca uma mudança de paradigma ao colocar o Brasil em posição privilegiada na cadeia de valor de tecnologias de energia limpa. Isso permite que o país exporte soluções de ponta, em vez de apenas matéria-prima. Brasil detém 90% das reservas globais de nióbio (Imagem: Reprodução/Click Petróleo e Gás) A tecnologia foi desenvolvida no Grupo de Bioeletroquímica e Interfaces do Instituto de Química de São Carlos (IQSC-USP), sob a liderança do Prof. Frank Crespilho: “O Brasil não precisa apenas exportar recursos, mas pode liderar tecnologias; desde que a ciência seja tratada como prioridade nacional”, ressaltou ele. O projeto levou dois anos de otimização até alcançar a estabilidade necessária para o depósito da patente. A bateria alcançou a marca de 3 volts, o que demonstra sua viabilidade para aplicações práticas, e a prova de conceito foi validada através de múltiplos ciclos de carga e descarga em ambientes controlados, que atestam sua durabilidade e funcionalidade. Devido à abundância do recurso no Brasil e à eficiência da nova arquitetura, a tecnologia já desperta interesse de mercados globais voltados para a transição energética, com destaque para empresas chinesas.  Com a patente depositada, o foco agora volta-se para o escalonamento da produção e a busca por parcerias industriais que possam levar o produto do laboratório para o mercado comercial.  “Essa é uma tecnologia estratégica. O depósito da patente garante proteção, mas é o empenho institucional que assegura que ela se transforme em desenvolvimento, indústria e soberania tecnológica”, conclui o pesquisador. Leia mais no Canaltech: O que é mAh? Entenda porque as baterias de celulares são medidas dessa forma Samsung testa bateria gigante de 20.000 mAh para celulares, diz leaker Chinesa revela clone do iPhone 17 Pro, mas com bateria gigante digna de tablet Conheça 7 mitos sobre celulares e carregadores no vídeo abaixo:   Leia a matéria no Canaltech.