Trump quer conversar com Maduro, mesmo após considerar presidente da Venezuela chefe de grupo terrorista; entenda

 

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O professor de Relações Internacionais da PUC de Minas Gerais, Jorge Lasmar, em entrevista ao Jornal da CBN, faz uma análise da discussão que envolve a existência ou não dessa organização criminosa. O presidente Donald Trump disse a aliados próximos que quer conversar por telefone com o líder da Venezuela, Nicolás Maduro. A informação foi divulgada no mesmo dia em que o governo dos Estados Unidos incluiu oficialmente na sua lista de grupos terroristas o Cartel de los Soles, uma organização venezuelana que levaria drogas aos Estados Unidos, e que o Washington diz ser chefiada por Nicolás Maduro.

Em entrevista ao Jornal da CBN, o professor de Relações Internacionais da PUC de Minas Gerais, Jorge Lasmar, doutor em Relações Internacionais pela London School of Economics and Political Science e especialista em terrorismo e contraterrorismo, faz uma análise da discussão que envolve a existência ou não dessa organização criminosa:

"Essa é uma discussão. A Venezuela afirma que esse grupo não existe, e os Estados Unidos dizem que é uma organização criminosa, narcotraficante, liderada pelo Nicolás Maduro. A verdade, provavelmente, é algo no meio entre os dois. O que se sabe é que esse grupo é formado por ações, por vários militares, que são corruptos e ajudam no tráfico de drogas, principalmente em direção à Europa e aos Estados Unidos. Então, na verdade, são células soltas que foram chamadas pela imprensa de Cartel de los Soles, e por isso há essa dúvida se se trata de uma organização organizada, como hierarquia, como estrutura, ou se são só ações soltas de determinados oficiais do Exército venezuelano".

A intenção de criar uma linha de diálogo é um movimento diplomático da Casa Branca em meio a uma escalada de tensões com Caracas. O professor Jorge Lasmar destaca o momento atual da relação entre Estados Unidos e Venezuela:

"Provavelmente o Trump está tentando ver se ele consegue, através do aumento das pressões e operações um pouco menos invasivas, se ele consegue promover essa transição do governo Maduro para evitar uma invasão de larga escala. Mas ele deixa claro que essa possibilidade de invasões ou de ações da CIA não está fora da mesa".

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