Análise: Botafogo de Davide Ancelotti encerra ano com sinais de melhora, mas precisa de mais ambição em 2026
O técnico italiano Davide Ancelotti assumiu o Botafogo na sétima posição do Brasileirão em julho deste ano. Ele encerrou o campeonato em sexto lugar após vencer o Fortaleza, de virada, por 4 a 2, neste domingo, no Nilton Santos. Conquistou, pelo menos, a vaga na pré-Libertadores — pode entrar direto na fase de grupos a depender de quem seja o campeão da Copa do Brasil. Pode não parecer muito, mas o treinador identifica sinais de melhora e vislumbra um 2026 melhor.
É inegável que, no fundo, 2025 deixa um gosto um pouco amargo aos alvinegros. Após a espetacular temporada de 2024 com os títulos da Libertadores e do Brasileirão e a saborosa vitória sobre o PSG no Mundial de Clubes da Fifa, no meio deste ano, esperava-se mais do Botafogo. Porém, o elenco modificado, as reposições nem sempre à altura e a dificuldade de dar uma identidade ao time deixaram as disputas de título pelo caminho.
Davide reconhece a temporada difícil, mas agradece o empenho dos jogadores. E se apega aos números. O Botafogo terminou o Brasileirão com uma sequência de 10 jogos sem perder: cinco vitórias e cinco empates.
— Estou contente, vejo melhora coletiva, melhora individual nos últimos 10 jogos. Claro que o clube é muito ambicioso, queria brigar por título. Peguei em sétimo na tabela e com muitas cobranças. Todo mundo queria mais. Podia ter sido temporada melhor, ponto baixo da temporada foi ter saído da Copa do Brasil sem perder. Fico empolgado para o próximo ano porque temos coisas boas aqui — disse Davide.
Na partida de domingo, que tinha muita coisa em jogo para as duas equipes, o Botafogo soube ser resiliente. Saiu atrás, retomou o domínio do meio-campo e arrancou o empate nos acréscimos do primeiro tempo. O intervalo fez bem ao time, que voltou com outra postura. Virou o jogo em menos de cinco minutos. E fez o terceiro logo depois.
Ida para Copa do Mundo
Mas soube superar outro revés. Marcou o terceiro gol, que foi anulado. O VAR identificou um pênalti de Marçal na origem da jogada. O que seria um 3 a 1 tranquilo, virou um 2 a 2.
É dessa capacidade de reverter situações complexas que Davide se orgulha.
— Somos ambiciosos, não me conformo. Vejo melhora nos últimos 10 jogos, somos mais competitivos, viramos jogos, algo que n~não fazíamos. Sofremos golpes mentais que sabemos corrigir e não deixar de competir. Temos muita coisa a melhorar. Eu também preciso melhorar algumas coisas, precisava dessa experiência de me adaptar ao Brasileiro. Vai ser um ano melhor do Botafogo, estou convencido disso — afirmou na entrevista coletiva.
Davide tem contrato em vigor até o próximo ano. Mas, internamente, a diretoria ainda não bateu o martelo se vai continuar com o treinador. Inclusive, há o acordo de ele ser liberado para compor a comissão técnica da seleção brasileira ao lado do seu pai, Carlo Ancelotti. Ele iria como convidado, sem contrato com a CBF. Para isso, teria que abrir mão de um mês de trabalho no Botafogo no meio da temporada.
— Não tenho contrato com a CBF, mas tem essa possibilidade de sair para a Copa do Mundo. Temos que ver o que vai acontecer no próximo ano — disse ele, que garantiu estar participando do planejamento para o próximo ano. — Estamos compartilhando informações, sabemos que temos que reforçar.
