Trump não ganha Nobel da Paz e Casa Branca reage: 'Nunca haverá ninguém como ele'; entenda escolha do Comitê

 

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Após o anúncio da escolha do vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2025, concedido à líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, a Casa Branca reagiu afirmando que o Comitê Nobel provou "pôr política acima da paz". O motivo da reação vem da alta expectativa do presidente americano, Donald Trump, que esperava ganhar a honraria neste ano por sua atuação na mediação de conflitos, como o cessar-fogo recém acordado entre Israel e Hamas.

Oposição e coragem: María Corina Machado ganha Nobel da Paz por enfrentar regime de Maduro

Pouco depois do anúncio, o diretor de comunicações da Casa Branca, Steven Cheung, postou no X que o presidente dos EUA "continuará fazendo acordos de paz, acabando com guerras e salvando vidas". O presidente "tem o coração de um humanitário, e nunca haverá ninguém como ele, capaz de mover montanhas com a força de sua vontade", escreveu Cheung.

— Na longa história do Prêmio Nobel, esse comitê já viu todo tipo de campanha, de atenção da imprensa. Recebemos milhares de cartas a cada ano de pessoas que dizem aquilo que, para elas, conduz à paz — disse o presidente do comitê, Jorgen Watne Frydnes, ao ser questionado sobre o "não" a Trump. — Esse comitê se senta em uma sala cheia de retratos de todos os laureados e é uma sala cheia de coragem e integridade. Dessa forma, baseamos nossas decisões apenas no trabalho e na vontade de Alfred Nobel [criador do prêmio].

Trump vinha se apresentando nas últimas semanas como um candidato natural ao prêmio, sobretudo após anunciar um plano de paz de 20 pontos para o Oriente Médio que resultou na libertação de reféns e na interrupção dos combates em Gaza. O republicano, que retornou à Casa Branca em janeiro, afirmou ter "encerrado várias guerras", um ponto contestado entre especialistas, e buscava projetar sua imagem como pacificador global.

Apesar da expectativa, o nome do presidente não foi incluído na lista final de indicados. Um dos motivos seria o prazo de inscrições, que se encerrou em janeiro de 2025, pouco depois de Trump reassumir o cargo — o que teria deixado suas recentes ações fora da janela de avaliação.

Durante seus dois mandatos, Trump já foi indicado mais de dez vezes ao Nobel da Paz, por líderes e parlamentares de países como Israel, Camboja, Ucrânia, Suécia e Noruega, mas nunca recebeu o prêmio.

A escolha de María Corina Machado, que desafiou o regime de Nicolás Maduro e se tornou símbolo da resistência democrática na Venezuela, frustrou aliados de Trump, que viam no acordo de Gaza o principal trunfo do presidente para finalmente ser reconhecido.

Mesmo sem o Nobel, Trump reforçou nos últimos dias sua narrativa de “construtor da paz mundial”. Em seus discursos, ele tem afirmado que sua diplomacia é “baseada em resultados reais, não em aplausos de elites internacionais”.