Trump diz que qualquer país que venda drogas para os EUA, 'não apenas a Venezuela', poderá ser atacado
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que qualquer país envolvido na venda de drogas para os Estados Unidos poderá ser atacado, em uma aparente expansão de suas ameaças militares que, de acordo com a Casa Branca, têm como alvo os cartéis do narcotráfico na América Latina. Durante uma longa reunião de Gabinete, marcada pelos elogios de seus subordinados, ele prestou apoio ao secretário da Guerra, Pete Hegseth, acusado de violar condutas militares em um dos mais de 20 bombardeios de barcos acusados de ligação com o tráfico.
Durante as perguntas dos repórteres, já ao final da reunião, Trump voltou a ameaçar expandir a chamada Operação Lança do Sul para alvos terrestres na Venezuela.
— É muito mais fácil, e nós conhecemos os trajetos que eles percorrem. Sabemos tudo sobre eles. Sabemos onde eles moram — afirmou Trump.
Na semana passada, em conversa com militares, ele afirmou que esses ataques poderiam acontecer "muito em breve", e a declaração unilateral de que o espaço aéreo venezuelano deveria ser considerado "fechado", no sábado, aumentaram os rumores sobre uma fase da operação. Mas nesta terça ele foi além, dizendo que a Venezuela não era seu único alvo em potencial.
— Qualquer um que fabrique isso (drogas) e venda para o nosso país está sujeito a ataques. Não apenas a Venezuela — disse o presidente, que pouco antes havia citado a Colômbia como um dos países produtores de drogas na região, e cujo presidente, Gustavo Petro, tem desferido pesadas críticas à Casa Branca, que o renderam uma inclusão na lista de sanções dos EUA.
Nos últimos meses, os EUA incrementaram a presença militar no Caribe, oficialmente em uma missão contra os cartéis do tráfico que atuam na região, chegando aos atuais 15 mil soldados e oficiais, além de aeronaves de combate e navios de guerra, como o porta-aviões USS Gerald Ford, o maior da Marinha americana. Em setembro, os militares começaram a atacar barcos que, de acordo com o Pentágono, eram usados pelos traficantes para transportar drogas, sem jamais apresentar provas para comprovar suas alegações. Ao todo, 21 barcos foram destruídos, deixando 83 mortos.
