Tarcísio diz que vai ‘trabalhar com lideranças da direita’ e que objetivo maior é 'derrotar o PT' em 2026
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta sexta-feira (19) que o grande objetivo do campo da direita em 2026 é “derrotar o PT”, voltou a dizer que não pretende concorrer ao Palácio do Planalto e que vai trabalhar “com as lideranças da direita para construir um projeto de Brasil”.
— A gente conversa com todo mundo porque existe um grande objetivo para nós neste campo. Qual é o grande objetivo? Derrotar o PT. Porque o PT está fazendo mal para o Brasil. Nós temos uma crise fiscal, porque a turma está gastando muito. A gente vai ter economia desacelerando até entrar em recessão, isso vai ser um problema para as empresas, para as pessoas, e temos que pensar na incapacidade que o governo tem de lidar com o tema — falou durante entrega de 188 casas da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo.
Segundo Tarcísio, “a troca é saudável” e uma nova liderança precisa “fazer o país convergir na direção de um projeto de futuro”.
— Então, eu entendo que quem está aí não apresentou nada para o Brasil, está na hora de trocar. A troca é saudável e nós vamos trabalhar com essas lideranças de direita para construir um projeto de Brasil — falou.
O governador disse ser “natural” que ele seja colocado como candidato por governar o maior estado do país, mas que não houve “mudança nenhuma” e que continua focado na reeleição. Ele ainda apontou que, historicamente, chefes de Executivo estaduais não costumam ter sucesso nas empreitadas presidenciais. Em São Paulo, os ex-governadores José Serra e Geraldo Alckmin disputaram a Presidência e não conseguiram.
— Apesar da especulação política, nunca a gente se colocou como candidato. Pelo contrário, sempre disse que nosso projeto é São Paulo. É interessante falar um pouco da história. Se a gente pegar a história da redemocratização, apenas um governador de estado virou presidente da República, o Fernando Collor, numa situação muito específica. Apesar da relevância de São Paulo, a história não proporciona assim, nós não temos muitas histórias de sucesso — falou.
Críticas a Enel
O governador voltou a dizer que quer “varrer a Enel” de São Paulo e chamou de “enrolação” a sinalização da empresa de enterrar a fiação elétrica em uma estratégica compartilhada com o poder público.
— A empresa perdeu a credibilidade, ela não tem mais a questão reputacional. Ela quer nos fazer de otários, que nos enganar, que foi o que ela fez com a gente até agora. Ela está jogando com o regulamento, está doida para ter uma prorrogação do contrato porque é uma empresa geradora de muito caixa, a receita é gigantesca e eles não fazem nada do que deveriam — falou.
Segundo Tarcísio, o processo de caducidade deve ocorrer “enquanto a empresa negocia uma eventual troca de controle acionário”. Apesar da quebra de contrato ser algo absolutamente incomum em concessões de distribuição de energia elétrica, a troca de controle acionário já ocorreu no Amazonas, por exemplo, em 2024, quando a Âmbar Energia assumiu a Amazonas Energia. Até o momento, porém, a Enel não sinalizou que pretende abrir mão da concessão nem vender sua operação para outra companhia. Outra possibilidade aventada por Tarcísio seria a divisão da área de concessão, que hoje agrega 24 municípios da Região Metropolitana de São Paulo, com mais de 8 milhões de clientes.
