Serpro lança "ChatGPT para chamar de seu" no funcionalismo público — veja como é
O funcionário público brasileiro agora tem uma opção de "ChatGPT para chamar de seu", desenvolvida e hospedada inteiramente em território nacional. O Serpro, estatal de tecnologia do governo federal, vem oferecendo às instituições uma nova plataforma, o ConversAI Studio, solução de inteligência artificial generativa projetada para que os servidores de órgãos públicos possam "conversar" com suas próprias bases de dados. O que é headless browsing? Navegação de internet na era da IA muda completamente De filtros a aplicativos de banco, reconhecimento facial falha — entenda por quê O que é um gêmeo digital e qual a relação deles com a inteligência artificial? A proposta é oferecer os benefícios de produtividade das IAs já disponíveis no mercado, mas com "total segurança, soberania e controle dos dados", como define a própria estatal. A solução é executada integralmente na infraestrutura de GPUs do Serpro e de baixo custo. Mais que um chatbot — um assistente RAG Embora a comparação com o ChatGPT seja a mais óbvia, o Serpro explica que o ConversAI Studio vai além de um simples chatbot de conversação genérica. A plataforma é, na verdade, uma implementação de RAG as a Service, uma solução mais abrangente. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- A sigla RAG (Retrieval-Augmented Generation, ou Geração Aumentada por Recuperação, em português) refere-se a uma arquitetura que permite à IA consultar bases de conhecimento específicas antes de formular uma resposta. Ou seja, a geração aumentada de recuperação (RAG) é um framework de IA que combina os pontos fortes dos sistemas tradicionais de recuperação de informações (como a busca e os bancos de dados) com os recursos dos grandes modelos de linguagem (LLMs) generativos. Ao combinar dados e conhecimento do mundo com as habilidades linguísticas do LLM, a geração de respostas se torna mais precisa, atualizada e relevante para as necessidades específicas de um setor. Na prática, isso transforma a ferramenta em um assistente digital especializado na atuação da autarquia. Um funcionário público pode usá-la para interagir com o vasto acervo de dados da sua instituição, pedindo resumos de documentos técnicos, localizando normativas complexas ou obtendo respostas contextualizadas sobre seu trabalho, algo que um modelo de IA genérico — treinado com dados não específicos de um determinado setor — não poderia fazer. O objetivo é poupar tempo e também aumentar a produtividade no dia a dia. Sem OpenAI ou Google, aposta é no Open Source Um dos pontos nevrálgicos na adoção de IA pelo governo é a dependência de big techs estrangeiras e a privacidade dos dados. O que afeta a tão falada soberania — o poder supremo de um Estado. O Serpro garante que o ConversAI Studio não é fruto de parcerias com OpenAI (dona do ChatGPT) ou Google (do Gemini). A plataforma utiliza exclusivamente modelos de código aberto (open source) ou quase isso, como Mistral, Llama, Gemma, DeepSeek e outros disponíveis no "SerproLLM", o hub da estatal. Essa abordagem permitiu que o desenvolvimento fosse realizado com recursos e infraestrutura já disponíveis no Serpro, sem necessidade de novos aportes externos. De acordo com o Serpro, a estratégia garantiu "alto retorno tecnológico com baixo custo adicional". O projeto é conduzido pelo Centro de Excelência em Ciência de Dados e Inteligência Artificial do Serpro e já tem usuários dentro do Serpro e outras instituições. Quem já está usando? O ConversAI Studio não é recurso em teste, já opera por completo e foi concebido para atender a todas as esferas da administração pública — federal, estadual e municipal. Cada instituição que adota a plataforma tem autonomia total para definir e gerenciar suas próprias bases de conhecimento, controlando quem acessa e quais dados são acessados. Atualmente, projetos-piloto de implementação estão em andamento com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Veja, logo abaixo, telas do chatbot da IA do funcionalismo público. Tela mostra ConversAI Studio, IA do SERPRO para uso de funcionários públicos no Brasil (ConversAI - SERPRO / Divulgação/SERPRO) Tela mostra ConversAI Studio, IA do SERPRO para uso de funcionários públicos no Brasil (ConversAI - SERPRO / Divulgação/SERPRO) Tela mostra ConversAI Studio, IA do SERPRO para uso de funcionários públicos no Brasil (ConversAI - SERPRO / Divulgação/SERPRO) Além dos pilotos externos, a ferramenta já está disponível internamente para todos os colaboradores do Serpro. A estatal relata que a aceitação tem sido "bastante positiva", com relatos de aumento de produtividade. A Divisão de IA Generativa da empresa também está promovendo treinamentos para ampliar o uso consciente e estratégico da plataforma. Para outras instituições interessadas, o Serpro informa que o ConversAI Studio já está disponível e pronto para uso, podendo ser solicitado para novas implantações imediatas. Leia também: Como HAL 9000, de 2001: Uma Odisseia no Espaço, IAs já resistem ao desligamento Treinamento em dados inúteis de rede social pode levar à podridão cerebral da IA Carta assinada por Wozniak quer parar desenvolvimento da superinteligência da IA VÍDEO: DeepSeek RESUMIDO (entenda por que ele causou tanto impacto) Leia a matéria no Canaltech.
