Secretário-geral da ONU pede moderação aos EUA e Venezuela com aumento de tensões

 

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O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu moderação aos Estados Unidos e à Venezuela diante do aumento das tensões e cobrou o cumprimento das obrigações previstas no Direito Internacional, incluindo a Carta da ONU.

Nesta quarta-feira, Guterres conversou por telefone com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para tratar da escalada do conflito entre os dois países.

A crise envolve uma mobilização militar em larga escala dos Estados Unidos no Caribe, ataques a embarcações no Mar do Caribe e no Oceano Pacífico, além da apreensão de um navio petroleiro da Venezuela.

Desde o início dos ataques a embarcações venezuelanas, em setembro, mais de 90 pessoas morreram.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusa o governo chavista de usar o setor petrolífero para financiar o chamado “narcoterrorismo” e o tráfico humano. Como resposta, determinou o bloqueio total a petroleiros sancionados que entram e saem do país.

O governo de Nicolás Maduro repudiou a medida e classificou o anúncio como uma “ameaça grotesca”.

Apesar do agravamento da crise, a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, afirmou que as exportações de petróleo e a navegação de navios petroleiros seguem ocorrendo normalmente.

No mercado internacional, o barril do petróleo tipo Brent opera em alta de 1,6%, cotado a 59 dólares e 76 centavos.

Além da ONU, outros países se manifestaram. Aliados de Caracas, Rússia e China declararam apoio ao governo Maduro.

Moscou alertou que a escalada das tensões na América Latina pode gerar “consequências imprevisíveis” ao Ocidente. Já a China rejeitou “qualquer forma de assédio unilateral”, em referência à pressão militar dos Estados Unidos sobre o país caribenho.