
Reciclagem veicular: novo centro da Stellantis pode mudar a indústria

A Stellantis inaugurou em Osasco (SP) o Centro de Desmontagem Veicular Circular AutoPeças, o primeiro do tipo. Descrita como pioneira no setor, a iniciativa transformou a empresa na primeira da América do Sul a investir em instalações industriais dedicadas especialmente ao desmonte de veículos que passaram por sinistros ou que chegaram ao fim das suas vidas úteis.
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Fiat joga preços do Argo no chão e hatch sai por valor de carro popular O DNA das atividades do Centro está na reciclagem de automóveis, um processo bem diferente daquele popularmente conhecido como “desmanche” de veículos. Veja só: a ideia é que o novo espaço receba carros (inclusive de outras marcas) adquiridos por leilões após um processo estrutura e regulamentado de desmonte, necessário para garantir a destinação correta de peças e de materiais. Os carros enviados para lá, aliás, foram classificados como perda total após sinistros, ou se aproximam do fim dos seus ciclos de uso. Depois, o carro em questão passa por uma área de descontaminação, onde são removidos óleos e combustíveis. Na sequência, é a vez da linha de desmontagem, onde técnicos verificam como está a condição geral do carro e dos seus componentes. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Reciclagem veicular — e de peças As peças que estiverem em condições de reaproveitamento e forem separadas para reuso passam por um processo de limpeza e são identificadas individualmente com dados específicos, como o valor de mercado e uma etiqueta de rastreamento do Detran. Vale lembrar também que cada carro que passa pelo processo é vinculado a uma carteira de desmonte emitida por um fornecedor homologado. Além das exigências dos órgãos reguladores, a Stellantis conta com um sistema próprio para codificação e controle de qualidade, que assegura a padronização de todo o processo. “A gente tem a oportunidade de transformar esse cenário, criar um ecossistema e é isso que a gente quer, um ecossistema circular que seja eficiente, escalável, seguro e o mais importante de tudo, rentável”, explicou Alexandre Aquino, vice-presidente de economia circular na Stellantis da América do Sul, em entrevista ao CT Auto. Quando o assunto é impusionar a aceleração da economia circular automotiva no país, Aquino acredita que uma das principais apostas do grupo é a produção de peças remanufaturáveis que, no caso, são peças trocadas e que voltam para a montadora cobertas por garantia. Depois, a companhia discute um plano de ação com o fornecedor, afinal, aquele não deveria ser o caminho natural da peça. Reciclagem e reaproveitamento É aqui que está o segredo: Aquino explicou que, ao analisar a peça que apresentou a falha, identificar o problema e recuperá-la por meio da remanufatura (mesmo que “recuperar” signifique desmontar o componente inteiro, trocar algumas partes e reaproveitar a carcaça), é possível conseguir economia significativa de matéria-prima e de emissões de carbono. “Essa peça, no final desse processo de estudo, de discussão, era uma peça descartada, uma peça que iria para reciclagem. Mas a gente consegue extrair mais valor dela e estender o seu ciclo de vida. Porque a peça mais sustentável que tem é aquela que justamente já existe”, acrescentou ele. O novo centro atua junto ao de recondicionamento e à remanufatura de peças originais (Stellantis/Divulgação) Assim, o novo Centro da Stellantis não atua sozinho, mas sim aliado ao de recondicionamento e, claro, à remanufatura de peças originais. Desta forma, a marca planeja implementar no Brasil um ecossistema eficiente de atividades de economia circular para não só atender o mercado local, mas também para oferecer soluções sustentáveis e, claro, contribuir para o esforço global para a descarbonização da indústria automtiva. Leia também: Quanto custaria um Chevrolet Omega hoje, com a inflação? 10 carros que ainda serão lançados no Brasil em 2025 Vídeo: Parece novidade, mas carros elétricos existem há mais de cem anos. O que mudou? Leia a matéria no Canaltech.