Árabes e CR7 na Casa Branca: qual negócio bilionário foi fechado em jantar com americanos

 

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O jantar de gala na Casa Branca nesta terça-feira que marcou o retorno público de Cristiano Ronaldo aos Estados Unidos foi, na prática, apenas o pano de fundo para um dos acordos militares mais sensíveis dos últimos anos entre Washington e Riad. Antes mesmo de o craque português chegar ao evento, a visita do príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, já havia consolidado a compra de 300 carros de combate e cerca de 50 caças F-35 — o avião militar mais avançado em operação nos EUA.

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O pacote, avaliado entre US$ 3,8 bilhões e US$ 5,2 bilhões, transforma a Arábia Saudita no primeiro país árabe a operar o F-35, aeronave hoje limitada a pouco mais de 20 nações, entre elas Reino Unido, Japão e Israel. O negócio representa um ponto de inflexão no equilíbrio militar do Oriente Médio.

— Vamos fazê-lo. Vamos vender os F-35 — afirmou Donald Trump, descrevendo a Arábia Saudita como um grande aliado, de acordo com a rede CNN.

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A declaração veio sem qualquer menção a Israel, peça-chave no acordo original que previa a normalização das relações entre Jerusalém e Riad em troca da venda dos caças. A omissão deixou em aberto o risco de um desequilíbrio regional, já que Israel perderia a exclusividade da aeronave entre os países do Oriente Médio.

Uma fonte de segurança israelense citada pela CNN classificou o cenário como — muito preocupante — lembrando o compromisso firmado com os EUA em 2008 para manter sua capacidade militar superior na região.

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Fontes sauditas afirmaram que Riad estava pronta para desvincular completamente a compra dos F-35 da normalização com Israel — movimento que contraria a estratégia de política externa defendida por Trump.

O precedente remete ao acordo entre EUA e Emirados Árabes Unidos, firmado ao fim do primeiro mandato de Trump e posteriormente barrado pelo governo Biden por questões envolvendo cooperação militar com a China. A possibilidade de a tecnologia sensível do F-35 vazar para Pequim volta a preocupar autoridades americanas.

Apesar do anúncio, o negócio ainda depende da aprovação do Congresso, que deve analisar se a venda viola o compromisso legal dos EUA de assegurar a vantagem militar de Israel no Oriente Médio — princípio conhecido como QME.