Quatro pessoas morreram por consumo de bebidas alcoólicas adulteradas no Irã

 

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Ao menos quatro pessoas morreram após o consumo de álcool adulterado no Irã, onde a venda de bebidas alcoólicas é proibida, anunciou a imprensa estatal neste domingo. Além dos casos fatais, duas vítimas estão no CTI e outras três também foram intoxicadas.

"O consumo de bebidas alcoólicas adulteradas provocou a morte de quatro pessoas e a intoxicação de outras cinco em Iranshahr (sudeste do Irã) nas últimas 24 horas", informou a agência de notícias Irna.

O consumo e comercialização de bebidas alcoólicas são proibidos na República Islâmica, mas a imprensa relata com frequência intoxicações fatais com álcool contrabandeado, que é relativamente fácil de obter.

A polícia "identificou e prendeu três distribuidores de bebidas alcoólicas" em Iranshahr, segundo a agência. Apenas as minorias não muçulmanas (cristãos, judeus e praticantes do zoroastrismo) estão isentas da proibição, mas não podem beber em público.

Mais de 12 mil mortes

Nos últimos 20 anos, desde 2005, pelo menos 12.604 pessoas morreram pelo mundo em casos suspeitos de intoxicação por metanol, geralmente ligados ao consumo de bebidas adulteradas, mostra um monitoramento do Médicos Sem Fronteiras (MSF). Somente neste ano, foram 364 vidas perdidas. Ao todo, desde 1998, o levantamento registrou 40,1 mil afetados e 14,3 mil óbitos.

No Brasil, por exemplo, o MSF considera o surto que ocorreu na Bahia, em 1999, que afetou 450 pessoas e deixou 35 mortos em 10 cidades por consumo de cachaça clandestina contaminada com metanol. Neste ano, desde junho, seis casos de intoxicação foram confirmados no Estado de São Paulo, e três pessoas morreram.

Diferente do etanol, que é o álcool usado nas bebidas alcoólicas, o metanol é um composto químico industrial muito utilizado como solvente, combustível ou anticongelante. Quando ingerido, transforma-se em formaldeído e, depois, em ácido fórmico, que é o subproduto altamente tóxico para o organismo.

O ácido fórmico causa danos a diferentes tecidos do corpo, como ao nervo óptico e ao sistema nervoso, por isso leva o indivíduo a quadros graves, como cegueira, coma e mesmo morte, se não tratado rapidamente. O tratamento busca frear a metabolização do metanol em mais ácido fórmico e, para isso, é comum usar o próprio etanol como antídoto, porque ele compete com a quebra do metanol.