Qual é a distância entre Flamengo e Cruz Azul? Veja raio-x dos adversários de hoje no Intercontinental
O Flamengo estreia hoje na Copa Intercontinental, no Catar, com um tipo de desafio que sempre é uma incógnita para brasileiros em torneios da Fifa: enfrentar mexicanos. A partir das 14h (horário de Brasília), a equipe de Filipe Luís faz o chamado Dérbi das Américas contra o Cruz Azul, um dos gigantes de um país que não consegue igualar o sucesso internacional dos representantes brasileiros, mas conta com times de alto investimento e com capacidade para tentar competir de igual para igual. Mas qual é a comparação real entre os atuais campeões da Libertadores e da Concachampions?
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Atualmente, o rubro-negro tem um elenco muito mais valioso que o adversário. Segundo o site Transfermarkt, são 195 milhões de euros (cerca de R$ 1,23 bilhão na cotação atual), contra 82 milhões de euros (R$ 520 milhões) da chamada “La Máquina”. Apesar de ter um valor menor que a metade do rubro-negro, no Brasil, o Cruz Azul contaria com um dos quatro elencos mais caros. Na realidade mexicana, fica atrás apenas do rival América, que é a grande potência local.
Na janela de transferências do meio deste ano, o Flamengo investiu forte, contratando cinco nomes: Samuel Lino — o mais caro da história do clube, em uma negociação que pode chegar a R$ 195 milhões —, Jorginho, Carrascal, Saúl e Emerson Royal. No total, os valores giraram em torno de R$ 403 milhões.
Diferentemente do Cruz Azul, que fez duas contratações pontuais na janela que abriu a temporada mexicana — José Paradela e Jeremy Márquez, jovens meias que já atuavam no mesmo país e custaram em torno de R$ 80 milhões. Ao mesmo tempo, o clube vem se acostumando a gastar mais dinheiro e fez três das suas cinco contratações mais caras ao longo dos últimos dois anos.
As principais estrelas da equipe de Nicolás Larcamón, treinador argentino que passou pelo futebol brasileiro ao treinar o Cruzeiro, são mais modestas, mas há nomes bem conhecidos, como o meia Lorenzo Faravelli. Em sua passagem pelo Independiente del Valle, do Equador, foi bastante cogitado em times do Brasil. Já as principais referências atualmente são o atacante uruguaio Gabriel Fernández e o meia mexicano Charly Rodríguez, as maiores ameaças para o Fla.
Léo Ortiz é dúvida para o Flamengo contra o Cruz Azul
Adriano Fontes/Flamengo
Ninguém, porém, está no mesmo nível ou tem o peso de nomes como Arrascaeta, Jorginho e companhia — Pedro segue fora, com lesão na coxa esquerda. A curiosidade é que sete jogadores do Flamengo têm mais valor de mercado que o líder deste quesito no Cruz Azul, também segundo o Transfermarkt. Samuel Lino, Pedro, Arrascaeta, Léo Ortiz, De la Cruz, Léo Pereira e Emerson Royal são considerados mais valiosos que o volante mexicano Erik Lira (cerca de R$ 53 milhões).
— O treinador Martín Anselmi foi para o Porto e o Larcamón chegou. Criou-se muita incerteza no início e houve resultados não muito favoráveis. Mas, ao longo da temporada, o Cruz Azul se tornou um dos candidatos a levantar o título da Liga Mexicana — lembra o jornalista esportivo mexicano Edgar Aguillar. — Quanto ao Intercontinental, também se cria essa incerteza pela quantidade de partidas anteriores e por como podem afetar o desempenho. Mas o duelo contra o Flamengo chama muita atenção.
Estilo parecido
A discrepância financeira não impede que o time mexicano tenha uma proposta de jogo que segue os mesmos moldes do Flamengo. A prioridade é a posse de bola e um meio-campo forte, usando muito o goleiro e os zagueiros na saída de bola — muitas vezes utilizando um trio na retaguarda. O que o time brasileiro pode explorar é a lentidão na construção de jogadas e as brechas na bola aérea, que costumam ser frequentes.
Faravelli é pilar do meio-campo do Cruz Azul
Divulgação/X/Cruz Azul
O Cruz Azul pode não viver o melhor momento, principalmente por ter tido um segundo semestre discreto e caído para o Tigres na semifinal do Campeonato Mexicano. Mas, para chegar ao Intercontinental, conquistou o sétimo título da Concachampions, em uma equipe que eliminou times de peso como o rival América e o americano Seattle Sounders. Na final, em junho, goleou o Vancouver Whitecaps, do Canadá.
A forma atual é a inversa em relação ao Flamengo, que, nas duas últimas semanas, coroou sua temporada ao faturar os títulos do Brasileirão e da Libertadores. Para vencer o tetra continental, derrubou três times expressivos — Internacional, Estudiantes e Racing — e ganhou do Palmeiras, grande rival nacional, na final.
— Vemos o Flamengo como um dos times mais fortes da América do Sul. Um dos favoritos. Vai ser um duelo muito importante e realmente complicado para o Cruz Azul. Mas acreditamos em um duelo aberto — palpita Aguillar.
