PT quer priorizar disputa ao Senado em 2026 e mira Tarcísio como principal adversário
Em resolução interna dirigida aos filiados, o PT decidiu colocar a eleição para o Senado como prioridade central da estratégia para 2026. O documento, ao qual a reportagem teve acesso, determina que o partido dispute ‘com força’ todas as vagas disponíveis na próxima eleição e classifica o fortalecimento da bancada como condição para reduzir as derrotas enfrentadas hoje pelo governo Lula no Congresso.
Segundo o texto, além da tentativa de reeleição do presidente, a campanha deve concentrar esforços na ampliação das bancadas federais, especialmente a senatorial, num momento em que o Planalto acumula dificuldades para aprovar projetos relevantes.
A resolução também orienta que o programa partidário — previsto para ser aprovado em abril, quando começa formalmente a campanha — dialogue diretamente com demandas concretas da população. Entre os temas elencados estão renda, tarifa zero no transporte público e o fim da escala 6x1. O partido ainda quer intensificar a conversa com trabalhadores por aplicativo, autônomos e microempreendedores, setores que criticaram o governo durante o debate sobre a regulação das plataformas. O PT admite que precisa “repensar” sua forma de lidar com as mudanças no mercado de trabalho.
Outro ponto de atenção é a atuação nas redes sociais. O partido alerta os filiados para o risco de “tentativas de desestabilização e manipulação digital em larga escala” e defende uma presença massiva e organizada nos ambientes digitais. O texto afirma que a vitória em 2026 depende de uma campanha enraizada nos territórios e conectada às demandas reais da população. A sigla volta a defender um marco de proteção social para o trabalho mediado por aplicativos, com garantia mínima de previdência.
Adversário principal é Tarcísio de Freitas
A segurança pública aparece como tema “incontornável” e de caráter nacional. A resolução anuncia críticas aos governadores que, segundo o PT, sabotam políticas do governo federal, inclusive na área de segurança. Embora Flávio Bolsonaro tenha lançado pré-candidatura, o partido aponta o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como principal adversário — descrito como representante de um projeto neoliberal e privatista que transforma o estado em “laboratório” da redução do papel do Estado e do enfrentamento ideológico ao governo Lula.