Promotores usaram inteligência artificial para manter homem na prisão, acusam advogados
O Ministério Público da California, nos Estados Unidos, está sendo acusado de usar inteligência artificial para ajudar na construção de uma petição. O uso resultou no que é conhecido como “alucinação”, ou seja, a geração de informações plausíveis, porém factualmente inexistentes.
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Os advogados de Kyle Kjoller, um soldador de 57 anos preso por posse ilegal de armas, afirmaram que as acusações não seriam graves o suficiente para mantê-lo preso preventivamente. O defensor público e a ONG que defendem Kjoller, então, argumentaram que um dos documentos apresentados estava repleto de erros tipicamente cometidos por inteligências artificiais generativas, como o ChatGPT.
Eles ainda acusaram o Ministério Público de ter utilizado IA em outros três casos, pedindo que a Suprema Corte californiana investigasse se mais documentos foram preenchidos com o apoio da tecnologia, o que poderiam indicar decisões contra acusados “baseados em citações de casos que não existem”.
De acordo com o New York Times, em um dos casos citados pelos advogados de Kjoller, um pai foi acusado de expor seu filho de 2 anos a doses letais de fentanila. A acusação pedia que o progenitor fosse levado diretamente para a prisão, baseando-se em um caso anterior. No entanto, o texto original defendia que o acusado recebesse, primeiramente, tratamento de saúde mental
Em um depoimento ao veículo Sacramento Bee, advogados do distrito de Nevada confirmaram a utilização de ferramentas de I.A. Em entrevista, Jesse Wilson disse que um promotor utilizou recentemente a tecnologia: “O resultado foi uma citação errada. Mas assim que o erro foi descoberto, o pedido foi retirado”.
Wilson completou: “Em nenhum momento tentamos enganar a corte, qualquer tentativa de dizer o contrário distorce os fatos”.
