Prefeito de Istambul é acusado de 142 crimes e promotoria pede penas que somam mais de 2 mil anos; entenda
O prefeito opositor de Istambul, Ekrem Imamoglu, principal rival do presidente turco Recep Tayyip Erdogan, passou a responder oficialmente por 142 crimes, segundo denúncia divulgada na terça-feira pela Promotoria da cidade e consultada pela AFP.
De acordo com a agência estatal Anadolu, Imamoglu, detido em março por “corrupção” e considerado pela Justiça como líder de uma organização criminosa, está sujeito a uma pena que pode chegar a 2.340 anos de prisão.
O prefeito encarcerado da maior cidade turca, nome central do principal partido de oposição nas próximas eleições presidenciais, é acusado de fraude, lavagem de dinheiro e manipulação de licitações, entre outros delitos. A denúncia ultrapassa 3.700 páginas.
Figura de destaque do Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), Imamoglu nega desde a detenção todas as acusações.
Ao todo, 402 suspeitos apontados como integrantes da suposta organização criminosa aparecem na denúncia. Entre eles estão aliados próximos do prefeito, detidos no mesmo dia, 19 de março.
O procurador-geral de Istambul afirmou na terça-feira que a rede teria causado um prejuízo de 160 bilhões de liras — o equivalente a 3,78 bilhões de dólares — ao Estado turco ao longo de uma década.
A prisão de Imamoglu, classificada como “golpe de Estado” pelo CHP, desencadeou a maior onda de protestos no país desde 2013.
No âmbito das mesmas investigações, a Promotoria de Istambul anunciou também, na terça-feira, sua intenção de processar o CHP por “violação da Constituição”, alegando que integrantes da rede supostamente liderada por Imamoglu teriam repassado ilegalmente listas eleitorais.
