Polícia apura se mulher morreu até 2 horas antes de passar por pedágio e pede novo exame; homem forjou acidente para simular a morte
A Polícia Civil de Minas Gerais solicitou um novo exame de necrópsia no corpo de Henay Rosa Gonçalves Amorim, de 31 anos, vítima do caso inicialmente registrado como um acidente de trânsito na MG-050, no Centro-Oeste do estado, e que agora é investigado como suspeita de feminicídio. O ex-companheiro da vítima, o empresário Alison de Araújo Mesquita, de 43 anos, que já foi preso, confessou o crime à polícia.
Segundo a Polícia Civil, a solicitação do novo exame ocorreu após a análise de imagens de câmeras de segurança, incluindo registros de uma praça de pedágio na MG-050. As gravações levantaram dúvidas sobre a condição da vítima durante o trajeto e sobre a dinâmica dos fatos antes da colisão com um micro-ônibus, em Itaúna.
Briga começou em BH
De acordo com o relato apresentado pelo investigado, o casal saiu de Belo Horizonte e seguiu a viagem. Ele afirmou que, após passar por Juatuba e acessar a MG-050, o veículo parou duas vezes por causa de discussões, como detalha o delegado João Marcos Ferreira.
“Ele alegou que realmente teria havido uma briga, que se iniciou dentro do apartamento e isso se estendeu até o período da manhã, quando eles embarcaram no veículo com direção à Divinópolis e durante o trajeto teria iniciado as agressões por parte dela. E como uma forma de se defender, ele teria empurrado a vítima e comprimido seu pescoço contra a coluna do veículo do lado do motorista”, disse.
O veículo parou duas vezes por causa de discussões
Reprodução: Redes Sociais
O investigado relatou que, nessas paradas, houve novas agressões físicas, incluindo impactos da cabeça da vítima contra o interior do veículo e compressão do pescoço.
Para a polícia, o relato da atendente da praça de pegágio foi fundamental para o andamento da apuração do caso. O delegado João Marcos Ferreira diz que os investigadores acreditam que Henay tenha sido morta pelo menos uma hora antes de passar pelo pedágio.
“Tendo em vista que uma testemunha afirma, de forma categórica, sem qualquer dúvida, que ao se aproximar da vítima após o acidente, ela estava com rigidez nos braços e gelada, além da boca rocheada e serrada, as narinas com sangue seco, é o indicativo de que a morte teria corrido cerca de uma a duas horas antes”, explica.
Novos laudos
A Polícia Civil informou que o novo exame de necrópsia vai buscar identificar possíveis lesões anteriores ao acidente, como sinais de agressão física ou asfixia, que não puderam ser conclusivamente analisados no primeiro laudo, que apontou politraumatismo causado pela colisão.
A investigação também apura se as agressões tiveram início em um apartamento em Belo Horizonte. No local, foram encontradas marcas de sangue, que passam por perícia. Imagens do prédio já foram recolhidas e serão analisadas pela polícia.
A defesa do homem informou que ele está colaborando integralmente com todas as investigações conduzidas pelas autoridades.
