Petroleiro da 'frota fantasma' russa é liberado pela França após dias de detenção

 

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Um petroleiro da chamada "frota fantasma" da Rússia retomou sua viagem após permanecer detido por vários dias pela França, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelos sites Marine Traffic e Vesselfinder. O Boracay, de bandeira do Benim, retomou sua rota em direção ao Canal de Suez na noite de quinta-feira e nesta sexta-feira se encontrava diante da costa sudoeste da França, de acordo com as plataformas de monitoramento marítimo.

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A União Europeia incluiu o petroleiro em sua lista restritiva, acusado de integrar a "frota fantasma" utilizada pela Rússia para driblar sanções ocidentais contra a venda de petróleo.

As autoridades francesas detiveram o navio no último sábado, junto com o comandante e o imediato — ambos de nacionalidade chinesa — três dias depois de o cargueiro ter chegado à costa. Também conhecido como Pushpa ou Kiwala, o navio foi alvo de investigação judicial.

A Promotoria de Brest informou, em comunicado divulgado na quinta-feira, que o comandante será julgado em 23 de fevereiro por "recusa de obediência". Segundo a mesma fonte, tanto ele quanto o imediato "foram levados de volta ao navio ao término da custódia policial".

O episódio aumentou as tensões entre França e Rússia. O presidente Vladimir Putin classificou a detenção como ato de "pirataria", "sem nenhum fundamento". Horas antes, Emmanuel Macron havia pedido que a Europa "aumente a pressão" contra a "frota fantasma", com o objetivo de acabar com o "modelo de negócio" e reduzir a capacidade de Moscou de financiar a guerra na Ucrânia.

O Boracay já havia sido observado no final de setembro ancorado diante da costa da Dinamarca, no período em que drones não identificados sobrevoaram a região. Autoridades atribuíram os voos à Rússia.

De acordo com o site especializado The Maritime Executive, o petroleiro e outros cargueiros poderiam ter sido usados tanto como plataformas de lançamento quanto como iscas. A investigação francesa, no entanto, não abordou essa possível ligação. Macron pediu cautela sobre o caso na quarta-feira.