Petro ordena suspensão do compartilhamento de informações com os EUA após atentados

 

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O presidente colombiano, Gustavo Petro, ordenou, na terça-feira, a suspensão do compartilhamento de informações com as agências de segurança dos EUA em resposta aos atentados realizados por Washington contra barcos supostamente ligados ao narcotráfico no Caribe e no Pacífico.

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Petro descreveu os ataques ordenados por seu homólogo americano, Donald Trump, como "execuções extrajudiciais", que resultaram no afundamento de 20 barcos e em pelo menos 76 mortes.

"Todos os níveis dos serviços de inteligência das forças de segurança pública estão instruídos a suspender o envio de comunicações e outras interações com as agências de segurança dos EUA", anunciou Petro nas redes sociais.

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O líder de esquerda mantém uma relação tensa com os Estados Unidos desde o início do segundo mandato de Trump, em janeiro. Em meio à escalada diplomática, Trump removeu a Colômbia este ano da lista de países aliados na luta contra o narcotráfico e revogou os vistos de Petro e de vários de seus assessores.

A decisão de suspender o compartilhamento de informações de inteligência com os Estados Unidos "permanecerá em vigor enquanto os ataques com mísseis contra embarcações continuarem", acrescentou o presidente.

A incursão militar dos EUA em águas internacionais aumentou a pressão sobre a Venezuela, que considera os ataques perto de sua costa um pretexto para derrubar o presidente Nicolás Maduro, que Washington e outros governos não reconhecem após sua contestada reeleição no ano passado.

Na terça-feira, a CNN noticiou que o Reino Unido não compartilhará informações de inteligência com os Estados Unidos sobre embarcações suspeitas de tráfico de drogas para não se tornar cúmplice desses bombardeios, que, segundo fontes consultadas pela emissora, são ilegais. A revelação representa uma ruptura entre dois importantes aliados.

Cinquenta países emitiram uma declaração conjunta no domingo rejeitando o "uso da força" que contradiz o direito internacional, sem mencionar diretamente os Estados Unidos.

O documento foi assinado durante uma cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e a União Europeia (UE), realizada na cidade caribenha de Santa Marta, com Petro como anfitrião.