
Pesquisadores deixam OpenAI, Google e Meta e criam startup para acelerar ciência

Um grupo de pesquisadores de inteligência artificial (IA) deixou empresas como OpenAI, Google e Meta para fundar uma startup focada em acelerar a ciência por meio da tecnologia emergente. Chamada Periodic Labs, a companhia foi anunciada no dia 30 de setembro. Cientistas usam IA para criar vírus e abrem caminho para novas formas de vida IA acha lesões cerebrais ocultas que médicos não veem em crianças com epilepsia Reino Unido leva IA para serviço público e hospital vai usar para acelerar altas A empresa é formada por mais de 20 pesquisadores que já trabalharam em grandes companhias desenvolvedoras de ferramentas de IA. Entre eles estão Rishabh Agarwal e Ekin Dogus Cubuk — ex-funcionários do Google DeepMind — e Liam Fedus — ex-vice-presidente de pesquisa da OpenAI e cocriador do ChatGPT. Em um texto publicado em seu site, a Periodic Labs explica que o objetivo é construir “cientistas de IA” e também laboratórios autônomos, capazes de acelerar descobertas científicas. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- “Laboratórios autônomos são essenciais para nossa estratégia. Eles fornecem enormes quantidades de dados de alta qualidade (cada experimento pode produzir gigabytes de dados!) que não existem em nenhum outro lugar. Eles geram resultados negativos valiosos, que raramente são publicados. Mas, o mais importante, dão aos nossos cientistas de IA as ferramentas para agir”, ressalta a Periodic Labs. A empresa recebeu um aporte inicial de US$ 300 milhões da companhia de capital de risco a16z. O investimento deve impulsionar os primeiros avanços voltados às descobertas da startup. Foco é que a IA aprenda com experimentos científicos Os especialistas envolvidos na criação da startup destacam que, mesmo sendo treinados com artigos acadêmicos e livros didáticos, os modelos de linguagem de grande porte (LLMs) atuais não conseguem dominar o processo de descoberta científica. Para avançar nesse campo, os pesquisadores defendem que a IA precisa aprender também com experimentos científicos do mundo real. Inicialmente, os trabalhos da empresa estão sendo realizados em um laboratório em São Francisco, mas o plano é construir um novo centro de pesquisa em Menlo Park, na Califórnia. Nesse local, robôs realizarão os experimentos. Objetivo da Periodic Labs é de que robôs realizem experimentos científicos (Freepik/Rawpixel) A ideia é que os pesquisadores da Periodic Labs conduzam as pesquisas em um primeiro estágio. Ao longo do processo, os sistemas de IA analisarão tanto os procedimentos quanto os resultados, a fim de aprender a conduzir os experimentos de forma autônoma posteriormente. Um dos robôs da empresa poderá, por exemplo, usar a literatura científica para realizar experimentos com o objetivo de criar novos tipos de supercondutores, que poderiam ser utilizados em equipamentos elétricos mais eficientes. Os pesquisadores atuariam como guias dos dispositivos ao longo do processo, orientando-os em tarefas como misturar substâncias em frascos de laboratório ou testar materiais. Com base no aprendizado por tentativa e erro, o robô pode identificar padrões para automatizar e acelerar outros experimentos semelhantes. “Não faremos a descoberta na primeira tentativa, mas iremos iterar. Depois de muitas iterações, esperamos chegar lá mais rápido”, destacou Ekin Dogus Cubuk em entrevista ao The New York Times. Leia mais: Cientistas treinam IA similar ao ChatGPT para prever mais de mil doenças graves IA consegue prever doenças até 20 anos antes dos sintomas começarem a aparecer IA mostra por que alguns pacientes respondem a tratamentos e outros não VÍDEOS | A IA VAI SUBSTITUIR OS MÉDICOS? Leia a matéria no Canaltech.