Partidos com ministérios no governo Lula deram 122 votos a favor do PL da Dosimetria

 

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Partidos com ministérios no governo Lula deram 122 votos a favor do PL da Dosimetria, que reduz a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro na trama golpista. O maior número de votos a favor do texto veio do PP, partido do ministro do Esporte, André Fufuca, que deu 39 votos a favor da dosimetria e apenas dois contrários. Fufuca chegou a ser afastado da legenda, mas não foi expulso, mantendo, portanto, a sigla com um representante no governo petista.

Depois do PP, o Republicanos, do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e do presidente da Câmara, Hugo Motta, colaborou com 32 votos a favor da redução da pena de Bolsonaro. Já o MDB, de Simone Tebet, do Planejamento, Renan Filho, dos Transportes, e Jader Filho, das Cidades, deu 25 votos a favor do texto.

Por fim, o PSD, de Carlos Fávaro, da Agricultura, Alexandre SIlveira, de Minas e Energia, e André de Paula, da Pesca, teve 24 votos a favor. Até o PSB, do vice-presidente Geraldo Alckmin e de Márcio França, do Empreendedorismo, deu 1 voto, assim como o PDT, de Wolney Queiroz, da Previdência, totalizando 122 apoios ao texto.

Recentemente, o União Brasil expulsou o ministro do Turismo, Celso Sabino, de seus quadros, caso contrário, seriam mais 47 votos a favor da dosimetria vindo de partidos com ministérios no governo Lula.

Todos os 65 deputados presentes do PT votaram contra o projeto de lei; assim como aliados de PSOL (12 votos), PCdoB (9 votos), PV (3 votos) e Rede (3). Já no PL, partido de Bolsonaro, 75 deputados do PL votaram a favor da redução de penas. O único voto contrário do partido foi de Osmar Terra (PL-RS).

Câmara aprova projeto que pode reduzir pena de Bolsonaro

A Câmara dos Deputados aprovou nesta madrugada o Projeto de Lei da Dosimetria, que vai reduzir drasticamente a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo cálculo do relator Paulinho da Força, o tempo de permanência de Bolsonaro na cadeia deve cair de seis anos e dez meses para apenas dois anos e quatro meses.

O texto-base foi aprovado por 291 votos favoráveis e 148 contrários, por volta das 2h30. Depois, até 4h, os deputados da base do governo Lula apresentaram destaques para tentar alterar o texto, mas todas as propostas foram rejeitadas.

Na prática, a pena total aplicada ao ex-presidente, que é de 27 anos e 3 meses, vai cair para algo próximo de 20 anos, permitindo avanço ao semiaberto em cerca de três anos e seis meses. Ao defender o projeto em plenário, o relator Paulinho da Força disse que o objetivo é pacificar o país.

A votação do PL da Dosimetria começou de madrugada por causa da confusão provocada pelo deputado Glauber Braga no final da tarde. O parlamentar foi retirado à força da cadeira do presidente da Câmara após fazer um protesto contra a cassação dele.

Nos bastidores, lideranças relatam que a decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta, de pautar a dosimetria nesta terça-feira (9) foi precedida de um acordo entre dirigentes do PL e do Centrão, com o aval explícito do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na segunda-feira à noite, os presidentes do PL, do Progressistas, do União Brasil e do Republicanos se reuniram na casa do senador Flávio Bolsonaro. Desde domingo, o senador vinha dizendo que o “preço” para desistir da candidatura à Presidência seria uma saída jurídica para o pai dele.

O líder do PL, Sóstenes Cavalcanti, disse que houve um acordo com Hugo Motta e Bolsonaro deu aval à proposta de dosimetria sem anistia, num “ato de sacrifício” pelos condenados.

Durante a votação, deputados da esquerda, como Chico Alencar, do PSOL, e Maria do Rosário, do PT, criticaram a redução de penas para Bolsonaro e seus apoiadores que estão presos pela tentativa de golpe.

No final da votação, perto das 4h, o presidente da Câmara, Hugo Motta, justificou a necessidade de votar logo o abrandamento das penas de Bolsonaro e outros condenados pela trama golpista.

No Senado, o presidente Davi Alcolumbre prometeu votar o projeto da dosimetria ainda este ano. Já o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Otto Alencar, disse que a proposta deve ser discutida presencialmente, sem atropelos.

Caso o Senado também aprove o texto, o projeto seguirá para sanção ou veto do presidente Lula.