Partido governista Libre pede 'anulação total' das eleições em Honduras
O partido governista Libre rejeitou as eleições presidenciais em Honduras no domingo, alegando "interferência" dos Estados Unidos, enquanto a divulgação da contagem de votos permanece paralisada pelo segundo dia consecutivo, segundo diversas fontes.
Contexto: Apuração dos votos da eleição em Honduras permanece paralisada pelo 2º dia consecutivo
Na lenta apuração dos votos, o empresário de direita Nasry Asfura, de 67 anos, apoiado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, lidera por uma pequena margem sobre o apresentador de televisão Salvador Nasralla, de 72 anos, do Partido Liberal (PL). A candidata do Libre, Rixi Moncada, aparece em um distante terceiro lugar.
Para aumentar o clima de descontentamento, a direção do partido Libre emitiu um comunicado afirmando que "não reconhece" as eleições, considerando-as realizadas sob "interferência" e "coerção" do presidente Trump e da "oligarquia" local.
O partido Libre também exige a "anulação total" das eleições e solicitará "uma investigação sobre os atos de terrorismo eleitoral", que, segundo o movimento, são supostamente perpetrados pelo sistema de transmissão de resultados.
O grupo convocou "mobilizações", "protestos" e "greves", além de instar as autoridades governamentais a não cooperarem com a transição de poder.
Por sua vez, o partido de esquerda anunciou que realizará uma "Assembleia Extraordinária da Dignidade Nacional" em 13 de dezembro.
A presidente do país, Xiomara Castro, ainda não se pronunciou sobre os anúncios de seu partido.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) pediu, no sábado, que o processo de contagem de votos seja acelerado. Na última contagem, com 88,6% dos votos apurados, Asfura, do Partido Nacional (PN, conservador), tem 40,19% dos votos, contra 39,49% de Nasralla, enquanto Rixi Moncada, do Libre, tem 19,30%, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
