Parlamento japonês nomeia Takaichi como primeira mulher a chefiar o governo

 

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A Câmara Baixa do Parlamento japonês aprovou nesta terça-feira a nomeação da conservadora Sanae Takaichi - de posições críticas à China - como a primeira mulher a ocupar o cargo de chefe de governo do Japão.

Bolsa de Tóquio subiu fortemente após eleição de Takaichi como líder do partido governista

A dirigente de 64 anos, escolhida de forma inesperada por uma maioria de legisladores na primeira rodada de votação, assumirá formalmente o cargo após se reunir, ainda nesta terça-feira, com o imperador do Japão.

Takaichi, que cresceu perto da antiga capital japonesa de Nara, desafia rótulos fáceis, segundo narra o The New York Times. Certa vez, ela falou sem rodeios sobre os desafios de trabalhar na política como mulher no Japão, mas agora é a líder do Partido Liberal Democrata, tradicionalista e dominado por homens. Ela expressou preocupação com a dependência do Japão dos Estados Unidos, mas também disse que espera trabalhar em estreita colaboração com o presidente Trump. Baterista amadora, a nova premier idolatra bandas como Iron Maiden e Deep Purple, mas também usa ternos azuis para homenagear sua outra heroína, a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher.

Takaichi, protegida de Shinzo Abe, o primeiro-ministro mais antigo do Japão, que foi assassinado em 2022, deve mover o Japão mais para a direita, respondendo a uma recente onda populista que tem algumas semelhanças com o movimento MAGA de Trump. Ela abraçou políticas agressivas em relação à China; empunhou a mensagem de que "o Japão está de volta"; minimizou as atrocidades do país durante a Segunda Guerra Mundial; e prometeu regular mais rigorosamente a imigração e o turismo.

A nova premier enfrentará seu maior teste até agora enquanto lida com novas incertezas sobre a aliança militar e econômica do Japão com os Estados Unidos. Ela deve se encontrar na próxima semana em Tóquio com Trump, que abalou as autoridades japonesas com tarifas e sugestões de que o país deveria pagar mais pela presença de tropas americanas na região.

Com AFP