Parlamentares do PL na mira da Justiça, como Eduardo Bolsonaro e Ramagem, devem adotar estratégia de Zambelli e renunciar
Após a deputada Carla Zambelli renunciar para escapar da cassação, aliados do presidente da Câmara, Hugo Motta, avaliam que outros parlamentares do PL que estão na mira da justiça, como Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem, podem adotar a mesma estratégia, renunciando ao mandato, para poupar o parlamento de novos desgastes com o STF. Outra solução seria a de decretar a perda do mandato dos deputados pela mesa diretora, sem passar por votação no plenário.
Essas estratégias evitariam um novo embate entre o parlamento e o Supremo Tribunal Federal, que mandou a Câmara cassar Zambelli, mas viu o plenário da casa rejeitar a perda do mandato de deputada, que fugiu do Brasil para evitar o cumprimento da pena por ter invadido os sistemas do CNJ.
Líderes do PL têm defendido ainda que o caso de Ramagem seja retirado da pauta da próxima quarta-feira, ganhando tempo pelo menos até ano que vem, já que o Congresso entra de recesso.
No fim de semana, Zambelli acabou renunciando. Ela disse que está sendo perseguida e que sua "história pública não foi forjada". O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que foi uma estratégia conjunta da defesa para evitar a cassação da deputada.
Vale destacar, no entanto, que mesmo com a cassação, ela foi condenada e já está sem os direitos políticos.
Zambelli ainda aguarda uma decisão sobre o processo de extradição para o Brasil. Aliados afirmam que a renúncia reforça a estratégia de perseguição política, o que poderia ajudar a manter Zambelli no país europeu.
