O que se sabe sobre a policial 'tiktoker' que foi suspensa por gravar vídeos eróticos com o uniforme

 

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A oficial da Polícia de Buenos Aires, identificada como Nicole V., que foi suspensa por gravar vídeos eróticos usando seu uniforme de trabalho, revelou que a ideia de se filmar surgiu como uma alternativa econômica. Nicole afirmou que estava passando por uma licença médica devido a um tratamento relacionado a violência de gênero cometida por seu ex-parceiro e recebia menos da metade de seu salário, por isso buscou “outra saída” profissional.

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Depois que o caso viralizou, um advogado apresentou uma denúncia penal no Foro Federal para que se investigue se, por trás dessa situação anômala, existem os crimes de tráfico de pessoas com fins de exploração sexual e proxenetismo.

Segundo o jornal La Nación, que teve acesso à apresentação judicial da mulher nos Tribunais Federais de San Martín, o advogado Rodrigo Tripolone afirmou que conseguiu comprovar “a existência de um conjunto de perfis ativos nas redes sociais (particularmente Instagram, TikTok, Telegram e X) que publicam e viralizam conteúdo sexualizado e/ou erótico, em alguns casos de caráter comercial e, em outros, produzido em conjunto por várias mulheres jovens; entre elas aparece recorrentemente uma mulher que se identifica publicamente como ‘Oficial Nicole’”.

De acordo com o informe redigido por seus superiores, a conduta “afeta notavelmente o prestígio da instituição” e constitui um “uso indevido das peças e do equipamento policial designado”.

Em outra entrevista no mesmo canal, a policial justificou a necessidade econômica por trás da ideia de gravar conteúdo erótico e afirmou que, no OnlyFans, faturou 6 milhões de pesos em um mês, enquanto na Polícia da Cidade recebia 600.000 pesos.

“Eu estava em licença médica para tratamento prolongado devido a um envenenamento que sofri em decorrência de violência de gênero por parte do meu ex-parceiro. Isso aconteceu em junho. Com esse tipo de licença da Polícia Municipal, recebemos menos da metade do salário. Sou mãe de uma menina pequena, sustento minha família e quase fui obrigada a procurar outro emprego. Honestamente, essa foi a primeira coisa que me veio à mente em um momento de desespero. Eu estava fazendo tratamento neurológico para epilepsia e, na verdade, ainda estou”, declarou a agente no programa Tarde o Temprano, da emissora eltrece.

Nicole V. declarou que estava em licença médica para tratamento de violência doméstica

Reprodução/Redes sociais

Ela explicou que o envenenamento aconteceu enquanto se separava do ex-companheiro. Os dois ainda moravam juntos, e ela foi à casa dele buscar seus pertences restantes. No local, bebeu água de uma garrafa que continha vários gramas de uma droga e sofreu o envenenamento. “Fui hospitalizada; tive três paradas cardíacas. Está tudo registrado no meu prontuário médico. Hoje me sinto muito melhor”, relatou.

Nicole V. pediu desculpas novamente, reiterando que sua intenção não era “manchar” a reputação da Polícia Municipal e dizendo que não esperava que a gravação tivesse tamanha repercussão na mídia. Por ora, há um inquérito administrativo instaurado contra ela, e a policial permanece afastada de suas funções, já que ainda não foi oficialmente demitida. Ela acrescentou: “Sempre cumpri meus deveres; nunca houve uma reclamação. Isso aconteceu recentemente e eu não imaginava que chegaria a esse ponto. Eu não queria que isso acontecesse.”