Namorada de bombeiro morto em incêndio que atingiu complexo residencial em Hong Kong publica homenagem: 'Meu super-herói'
A namorada do bombeiro Ho Wai-ho, uma das 55 vítimas confirmadas do incêndio que atingiu o complexo residencial Wang Fuk Court, em Hong Kong, nesta quarta-feira, publicou uma mensagem comovente na plataforma Threads, expressando sua dor pela perda.
Incêndio em Hong Kong: Número de mortos em complexo residencial chega a 55
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“Eu queria muito, muito poder segurar sua mão de novo”, escreveu, relatando que “não conseguia aceitar” o que aconteceu e que pretende “dar uma pequena pausa na internet”.
Ela também agradeceu pelas mensagens recebidas.
“Obrigada pelos votos de bem-estar de todos, li cada um deles”, publicou. “Hm… Meu super-herói concluiu sua missão e retornou a Krypton. Você é meu orgulho!”
Incêndio de grandes proporções atinge conjunto residencial em Hong Kong e deixa ao menos 4 mortos
Reprodução/X
A polícia chinesa prendeu dois diretores e um consultor da empreiteira responsável por reformas no conjunto de prédios. Eles são investigados por homicídio culposo.
Segundo o governo, o uso de isopor altamente inflamável nas obras de reforma do condomínio, em andamento desde julho de 2024, foi determinante para a rápida propagação das chamas pelos andaimes de bambu que cercavam os prédios.
Paralelamente, um órgão anticorrupção abriu investigação sobre o contrato de reparo, estimado em HK$ 330 milhões (aproximadamente R$ 226 milhões, na cotação atual). Policiais também realizaram buscas na sede da administradora do condomínio.
Incêndio de grandes proporções atinge conjunto residencial em Hong Kong
O incêndio é um dos mais letais da história recente da cidade e supera o desastre do Edifício Garley, em 1996, que deixou 41 mortos. O fogo começou na tarde de quarta-feira (madrugada no Brasil) e se espalhou por pelo menos três das oito torres do complexo, que reúne cerca de 2 mil unidades residenciais. Até agora, 51 vítimas foram encontradas no local, enquanto outras quatro morreram após serem levadas a hospitais.
Além dos mortos, 76 pessoas permanecem internadas, 15 em estado crítico e 28 em condição grave. Outras 62 pessoas permanecem presas em sete prédios, enquanto equipes de resgate tentam acessar áreas bloqueadas pelos destroços.
O primeiro chamado ao Corpo de Bombeiros foi registrado às 14h51 (3h da manhã em Brasília). A classificação inicial de alarme nível 4 foi rapidamente elevada ao nível 5 — o mais alto da escala local. A resposta mobilizou mais de 760 bombeiros, 400 policiais, 128 viaturas e 57 ambulâncias. Quatro torres já tiveram os focos extintos, enquanto outras três seguem sob controle; uma torre não foi atingida.
Incêndio em Hong Kong
AFP
A fumaça densa reduziu a visibilidade e sobrecarregou as linhas diretas de emergência. Moradores relataram pedidos de socorro vindos de telhados e corredores, incluindo idosos, bebês e animais que permaneceram presos por horas. Pedestres a até 100 metros das chamas disseram ter sentido o calor intenso.
Centenas de pessoas foram levadas a abrigos temporários, como a escola CCC Fung Leung Kit e centros comunitários abertos pelo Escritório Distrital de Tai Po. Moradores criticaram a resposta governamental, afirmando não ter recebido instruções claras durante a emergência e cobrando o uso de helicópteros e outros recursos.
A tragédia levou à suspensão das campanhas eleitorais antes da votação do Conselho Legislativo (Legco), marcada para 7 de dezembro. O chefe do Executivo, John Lee, afirmou avaliar o adiamento do pleito, dependendo da evolução da crise.
Com as buscas em andamento, o número de vítimas ainda pode aumentar.
