Mulher é condenada a dois meses de prisão após salvar galinhas de abatedouro na Califórnia

 

Fonte:


A ativista Zoe Rosenberg, 23, foi condenada a 60 dias de prisão com mais dois anos de liberdade condicional por retirar quatro galinhas de um abatedouro da Perdue Farms, na Califórnia. O caso mobilizou grupos de defesa animal e nome de celebridades.

Mistério: Morte repentina de girafa rara sem manchas nos EUA mobiliza investigação

Bagunça: Guaxinim invade loja de bebidas nos EUA, toma rum, uísque e desmaia no banheiro

A jovem havia sido condenada em outubro por duas contravenções de invasão, uma contravenção por adulteração de veículo e uma acusação de conspiração. Segundo a Promotoria, ela e outros integrantes do grupo "Direct Action Everywhere" (DxE) invadiram a fazenda em quatro ocasiões, acessaram documentos e computadores, instalaram rastreadores em caminhões e retiraram as aves da carroceria de um veículo.

A sentença inclui ainda mais de US$ 100 mil (R$ 531 mil) em restituição. A acusada admitiu ter levado as galinhas, afirmando que os animais estavam feridos, debilitados e apresentavam sinais claros de crueldade, condição que, segundo ela, justificaria o resgate. Com diabetes tipo 1 e gastroparesia, Rosenberg deve receber cuidados médicos contínuos na prisão.

A decisão foi criticada por defensores dos direitos animais. O advogado Wayne Hsiung afirmou que "a prisão de Zoe é uma mancha moral na sociedade". A Perdue Farms, por sua vez, declarou que o caso "reforça a seriedade das ações da DxE e a necessidade de responsabilização".

Embora pudesse chegar a pegar até quatro anos e meio de detenção, Rosenberg recebeu pena bem abaixo do máximo. A Promotoria havia pedido 180 dias de prisão, alegando falta de remorso, considerada "impressionante" pela equipe do Ministério Público.

O caso teve início em junho de 2023, quando a ativista entrou no frigorífico Petaluma Poultry, pertencente à Perdue, e retirou quatro galinhas que, segundo ela, estavam doentes. Os animais batizados de Poppy, Ivy, Aster e Azalea foram levados para um santuário.

A defesa sustentou que as condições de criação justificavam a ação. A Promotoria rebateu, dizendo que as provas eram fracas e que o furto caracterizava crime, independentemente de alegações de bem-estar animal.

A sentença repercutiu entre apoiadores, chegando até celebridades. O ator Joaquin Phoenix classificou o caso como um "fracasso moral" e pediu foco nas denúncias de crueldade no abatedouro. Já a empresa nega maus-tratos e classifica o DxE como grupo extremista.

A ativista afirmou não se arrepender. "Não vou pedir desculpas por levar animais doentes para receber cuidados. Intervim, e por isso Poppy, Ivy, Aster e Azalea estão vivas" disse após o julgamento, usando tornozeleira eletrônica e acompanhada de apoiadores.

A defesa anunciou que vai recorrer, criticando o que considera omissão das autoridades diante de indícios de crueldade em fazendas industriais. "O condado gastou semanas e centenas de milhares de dólares para proteger uma corporação bilionária da retirada de quatro galinhas que valem menos de US$ 25 (R$ 133)", disse o advogado Chris Carraway.