Mulher desvia R$ 630 mil do avô e alega sofrer da 'síndrome da menina mimada' na Inglaterra; entenda
A Justiça britânica condenou, nesta semana, Rebecca Culley, de 34 anos, por furtar cerca de £90 mil, cerca de R$ 630 mil, do próprio avô, Thomas Culley, um viúvo de mais de 70 anos que havia confiado a ela cartões bancários para auxiliá-lo em tarefas cotidianas. Segundo o Tribunal da Coroa de Chester, a universitária abriu uma conta online em nome do idoso após se oferecer para ajudá-lo, mas utilizou o acesso para desviar suas economias entre março de 2021 e fevereiro de 2023.
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De acordo com a promotora Alexandra Carrier, Thomas permitiu que a neta usasse o cartão para comprar pequenos itens, descrevendo as compras como “coisinhas e outras coisas”. Porém, Culley configurou o acesso ao banco digital sem o conhecimento dele e passou a realizar pagamentos e transferências pela internet. “Houve uma quebra de confiança de alto grau, além de um elemento de sofisticação e planejamento”, afirmou a promotora, destacando que a fraude só foi descoberta quando a conta foi completamente esvaziada.
Culley utilizou o dinheiro para adquirir mais de 57 itens e chegou a gastar £2.500 em compras na Argos, destinadas a presentes de Natal para seus três filhos. A investigação apontou ao menos 100 transferências feitas para sua própria conta. O prejuízo total foi calculado em £90.360,11, mas o banco HSBC reembolsou o avô.
Ao ser confrontada, a ré admitiu ter se comportado como uma “pirralha mimada” e confessou três acusações de furto. A defesa, conduzida pelo advogado Simeon Evans, argumentou que ela teve um “histórico difícil” e foi criada pelos avós. Ele afirmou que Culley expressou “remorso genuíno” e relatou que ela sente falta do apoio emocional do avô, descrito como figura paterna.
Apesar da gravidade dos fatos, Rebecca Culley evitou a prisão. O tribunal impôs uma pena de 20 meses, suspensa por dois anos, além de 20 dias de atividades de reabilitação e seis meses de tratamento de saúde mental. Ao anunciar a sentença, o juiz Steven Everett observou que o idoso provavelmente seguirá sem compreender a atitude da neta. “Suspeito que seu avô olhará para isso e se perguntará: ‘O que eu fiz para que ela fizesse isso comigo?’”, afirmou. “É algo com que você terá que conviver.”
