Moedas de ouro, canhão e xícara de porcelana: Colômbia revela primeiros artefatos recuperados de embarcação naufragada em 1708
O governo da Colômbia revelou nesta quinta-feira os primeiros objetos recuperados do emblemático galeão espanhol San José, naufragado no século XVIII no Caribe com um tesouro de valor incalculável.
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Oito anos após a descoberta da embarcação e em meio a disputas internacionais sobre a propriedade das relíquias, a autoridade arqueológica colombiana apresentou as primeiras cinco peças extraídas: um canhão, uma xícara de porcelana com fragmentos do material e três moedas de ouro e bronze.
O tesouro, avaliado em bilhões de dólares, permanece no fundo do mar desde junho de 1708, quando o navio foi emboscado e abatido por um esquadrão inglês.
Canhão encontrado no naufragado galeão San José
Reprodução/Governo da Colômbia
Segundo Alhena Caicedo, diretora do Instituto Colombiano de Antropologia e História (ICANH), trata-se de uma “coleta superficial” destinada a “compreender melhor os comportamentos que os materiais poderiam ter uma vez expostos ao oxigênio”.
Com o auxílio de robôs teledirigidos e equipamentos de gravação de alta tecnologia, os cientistas desceram a quase mil metros de profundidade para avaliar o estado da embarcação e de seus vestígios. Imagens divulgadas pelo ICANH mostram especialistas operando um braço mecânico de controle remoto e outros instrumentos de precisão enquanto a equipe acompanha o procedimento.
Os pesquisadores também recolheram amostras dos sedimentos acumulados ao longo dos séculos no galeão, que havia partido do Panamá carregado de joias, pedras e metais preciosos.
Moedas encontradas no galeão San José
Reprodução/Governo da Colômbia
De acordo com Caicedo, o material será analisado para “compreender muito melhor as causas do naufrágio” e aprofundar hipóteses sobre rotas de extração de recursos, manufatura e comércio da época.
Desde sua localização, o San José é alvo de disputas diplomáticas. A Espanha reivindicou a carga com base em uma convenção da Unesco da qual a Colômbia não é signatária. Representantes do povo indígena boliviano Qhara Qhara também afirmaram que as riquezas foram retiradas de suas terras.
O governo do presidente Gustavo Petro defende a recuperação do casco com recursos próprios, como forma de promover a ciência e a cultura, independentemente das controvérsias sobre a repartição do tesouro.
