Minuteman III, Burevestnik ou Poseidon: mais de 30 anos depois da Guerra Fria, EUA e Rússia ameaçam reacender corrida nuclear

 

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Mais de três décadas depois do fim da Guerra Fria, Estados Unidos e Rússia voltam a se movimentar em torno da possibilidade de retomar testes nucleares, o que reacende temores de uma nova escalada global.

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Nesta quarta-feira, o presidente Vladimir Putin ordenou aos principais comandantes militares e ministros russos que apresentem propostas para preparar um teste nuclear, o primeiro desde 1990, ainda na época da União Soviética. O anúncio veio poucas horas após os Estados Unidos lançarem o míssil Minuteman III, principal vetor de transporte de ogivas nucleares americanas.

— É necessário estudar o assunto e apresentar propostas coordenadas sobre o possível começo do trabalho para preparar o teste de armas nucleares — declarou Putin durante reunião do Conselho de Segurança da Rússia, segundo a rede CNN.

O ministro da Defesa, Andrei Belousov, respondeu afirmando que seria “apropriado começar de imediato as preparações para testes nucleares em pleno”, embora o Kremlin tenha depois minimizado a intenção. Segundo o porta-voz Dmitry Peskov, Putin não ordenou um teste imediato, mas apenas um estudo técnico sobre a viabilidade.

A troca de mensagens entre Moscou e Washington ocorre num momento de tensão crescente entre as potências, e ecoa o cenário de rivalidade militar do século passado. O ex-presidente americano Donald Trump também declarou que pediu ao Pentágono para se preparar “de imediato” para retomar testes “em base igualitária” com Rússia e China.

Ainda não está claro se as menções de ambos os lados se referem a testes de detonação nuclear real ou a ensaios de propulsão e lançamento, como o recente disparo russo do míssil Poseidon, de propulsão nuclear, e do novo míssil de cruzeiro Burevestnik.

Desde 1992, os EUA não realizam explosões nucleares — e a Rússia segue sem as fazer desde 1990. No entanto, o arsenal nuclear global voltou a crescer, segundo o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI). Hoje, nove países detêm armas nucleares: Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França, Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte.