Mais de 600 bebês sofreram violência sexual na França em 2024, aponta relatório
Um relatório da Missão Interministerial para a Proteção das Mulheres (Miprof) divulgado nesta quinta-feira, na França, apontou que 600 bebês com menos de dois anos de idade foram vítimas de violência sexual, e posteriormente receberam atendimento em unidades hospitalares especializadas do país, em 2024. O documento também apresentou dados sobre a violência contra a mulher em território francês.
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"[Em 2024], 614 crianças de 0 a 2 anos foram tratadas por violência sexual, representando 2% de todas as vítimas" atendidas nessas unidades hospitalares especializadas, assinalou o relatório da Miprof. O levantamento anual indicou que 73.992 vítimas de violência sexual e de gênero foram atendidas em uma dessas unidades no ano passado, quase 9 mil a mais do que em 2023.
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De acordo com a Comissão Independente sobre Incesto e Violência Sexual (Ciivise), cerca de 160 mil menores de idade são vítimas de violência sexual a cada ano na França. Para 22% das vítimas — quase um quarto dos casos — os primeiros estupros ou agressões sexuais ocorreram entre o nascimento e os 5 anos de idade, segundo a Ciivise.
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Tragédias envolvendo abuso sexual têm dominado as manchetes na França há meses, devido a casos como o de Gisèle Pelicot, que foi estuprada por dezenas de homens depois de ser drogada pelo próprio marido, e o caso do ex-cirurgião pedófilo Joël Le Scouarnec, condenado em maio por estuprar ou abusar sexualmente de quase 300 pacientes, a maioria menores de idade, entre 1989 e 2014.
O Miprof publicou seu relatório para marcar o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, celebrado em 25 de novembro. Em 2024, 107 mulheres foram vítimas de feminicídio por seus parceiros, afirmou o relatório. Os dados sobre o abuso dos bebês veio à público no Dia Mundial da Criança, estabelecido em 20 de novembro pela ONU.
