Mais de 300 avestruzes são abatidos no Canadá após surto de gripe aviária
Mais de 300 avestruzes foram mortos a tiros na noite de quinta-feira (6) na Universal Ostrich Farms, em Edgewood, Colúmbia Britânica, no Canadá, encerrando um impasse que durou meses entre o governo canadense e figuras públicas dos Estados Unidos, incluindo o secretário de Saúde americano Robert F. Kennedy Jr. e o bilionário John Catsimatidis, que haviam solicitado que as aves fossem poupadas.
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O massacre ocorreu horas depois de o Supremo Tribunal do Canadá se recusar a bloquear uma ordem federal para o abate do rebanho, em resposta a um surto de gripe aviária que afetou a fazenda no inverno passado, matando 69 aves, informou a CBC. A Agência Canadense de Inspeção de Alimentos (CFIA) justificou a medida como necessária para conter a disseminação do vírus.
Pressão internacional e argumentos científicos
Kennedy e Catsimatidis alegaram que as aves restantes estavam saudáveis e poderiam contribuir para pesquisas sobre imunidade natural ao H5N1. Em carta endereçada à CFIA, Kennedy destacou que avestruzes podem viver até 50 anos, oferecendo oportunidade para estudar a longevidade imunológica, e alertou que a destruição indiscriminada de rebanhos poderia levar à perda de material genético valioso.
Apesar das tentativas de evitar o abate, as autoridades canadenses mantiveram a decisão. Testemunhas relataram que caminhões e SUVs da CFIA entraram na fazenda por volta das 18h, com homens em trajes de proteção preparando os currais, enquanto apoiadores do lado de fora rezavam e gritavam em defesa dos animais. O som de tiros durou horas, segundo relatos de vizinhos e ativistas, que descreveram os disparos como “estrondos graves intercalados com tiros de alta potência”.
A polícia local isolou a área e fechou uma estrada próxima, citando semanas de ameaças e intimidação contra os agentes e contratados da CFIA. O sargento Kris Clark afirmou que a operação foi temporariamente interrompida durante a troca de turno, mas que “graças à supervisão dos protocolos de segurança, ninguém ficou ferido e nenhuma prisão foi efetuada”
