Maduro afirma querer falar 'cara a cara' com Trump: 'A paz não tem alternativa'

 

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que está disposto a conversar "cara a cara" com o líder americano, Donald Trump, um dia depois do republicano sugerir que poderia conversar com o venezuelano, em meio a um grande deslocamento militar dos EUA no Caribe.Maduro ainda afirmou que a operação das forças americanas na região são uma “perseguição sem precedentes”, incluindo pressão psicológica e ameaças militares.

Em seu programa na TV, Maduro disse que "a paz não tem alternativa", e que "apenas através da diplomacia que se resolvem as diferenças". Ao mesmo tempo em que negou a possibilidade de uma intervenção americana em seu país, disse que “quem quiser dialogar com a Venezuela, que o faça cara a cara, mas o massacre do povo venezuelano não pode ser permitido.”

— Este país está em paz, este país continuará em paz, e nos Estados Unidos, qualquer pessoa que queira conversar com a Venezuela poderá fazê-lo, "face to face", cara a cara, sem qualquer problema — completou o presidente.

Ao mesmo tempo em que se mostrou aberto ao diálogo, Maduro chamou a presença militar americana na região de uma ameaça e agressão psicológica que "revitalizou as Forças Armadas, as milícias e o povo", referência às convocações para que a população se junte a milícias voluntárias, e que “atacar a Venezuela seria o fim político do presidente Donald Trump”.

Desde o início de setembro, os EUA intensificaram a presença militar no Caribe, sob alegação de combate ao narcotráfico, e destruíram 21 barcos acusados de ligação com os cartéis que agem na região, deixando mais de 80 mortos. Em paralelo, a animosidade das falas em Washington contra o regime em Caracas se intensificou, levantando a possibilidade de uma intervenção contra a Venezuela, e que poderia ter Maduro como alvo.

O presidente venezuelano é acusado de liderar o chamado Cartel dos Sóis, e tem uma recompensa de US$ 50 milhões por sua captura — o secretário de Estado, Marco Rubio, disse que incluirá o cartel na lista de organizações terroristas estrangeiras, meses depois de classificar a organização como Entidade Terrorista Global Especialmente Designada por supostamente fornecer "apoio material" a outros grupos criminosos na América Latina

No domingo, em declarações a jornalistas, Trump disse que não descartava nenhuma possibilidade, ao ser questionado se planejava atacar a Venezuela, mas deixou no ar a possibilidade de conversar com Maduro.

— Poderíamos ter algumas conversas com Maduro e ver o que acontece — disse Trump a repórteres no Aeroporto Internacional de Palm Beach, na Flórida. — Eles gostariam de conversar. O que isso significa? Vocês me digam, eu não sei... Eu conversaria com qualquer um.

A Casa Branca não se pronunciou sobre a proposta de Maduro.