Lula se encontra com Zelensky em NY, diz que não vê saída militar para a guerra e defende 'Clube da Paz'

 

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Lula tem encontro bilateral com Zelensky em Nova York

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta quarta-feira (24), em Nova York, com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

Na reunião, segundo o governo brasileiro, Lula reiterou que não vê uma saída militar para a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Lula expressou apoio aos recentes diálogos abertos para a paz.

O presidente também fez uma defesa de sua ideia para o "Clube da Paz": um grupo de países neutros em relação à guerra que serviria de intermediação entre Rússia (país invasor) e a Ucrânia.

Zelensky, por sua vez, de acordo com o Palácio do Planalto, agradeceu o apoio de Lula para o fim do conflito e relatou últimos movimentos do campo de batalha.

O encontro durou cerca de 40 minutos. Lula não falou com jornalistas após a reunião.

Na sequência, Zelensky teve uma bilateral com o presidente de governo da Espanha, Pedro Sánchez.

Lula se reuniu com Zelensky em Nova York

Roberto Stuckert/ PR

Relação entre Lula e Zelensky

Os líderes brasileiro e ucraniano repetiram o encontro de dois anos atrás, quando aproveitaram a viagem aos Estados Unidos para uma conversa pessoalmente em paralelo à Assembleia Geral da ONU.

Desde que a guerra com a Rússia teve início, há três anos e meio, Zelensky aproveita a assembleia para se reunir com líderes de diferentes países.

Ele tenta fortalecer o apoio à resistência ucraniana, que teve seu território invadido por tropas russas.

Na ONU Lula e Trump fizeram discursos divergentes, mas surgiu o primeiro sinal de um possível diálogo entre os dois

Lula comentou sobre o conflito armado na terça (23), no discurso de abertura da Assembleia Geral. O presidente defendeu uma "solução realista" pela negociação, já que entende que não haverá uma "solução militar" para a guerra.

No discurso, Lula não explicou se considera realista uma solução na qual a Ucrânia ceda territórios que estão sob controle russo. Zelensky tem sido contrário a essa posição.

O Brasil condena a invasão russa, mas evita se alinhar a medidas unilaterais dos EUA e da União Europeia. No passado, Zelensky já se queixou de que o Brasil deveria ser mais incisivo nas críticas à Rússia.

Lula já se colocou à disposição para mediar uma negociação entre russos e ucranianos, mas a proposta até o momento não prosperou.

Encontro entre Lula e Zelensky, em Nova York, em 20 de setembro de 2023.

Ricardo Stuckert/Planalto

Trump muda de posição

Zelensky discutiu a guerra em uma reunião na terça com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O líder americano vinha sugerindo que a Ucrânia deveria ceder territórios, porém anunciou uma nova posição após o encontro.

Em uma postagem em rede social, Trump afirmou que, depois da conversa com Zelensky e de uma avaliação da situação militar, passou a acreditar que a Ucrânia, com apoio da União Europeia, pode “lutar e conquistar toda a Ucrânia de volta à sua forma original”.

“Depois de conhecer e entender completamente a situação militar e econômica da Ucrânia/Rússia, acho que a Ucrânia está em posição de lutar e conquistar toda a Ucrânia de volta à sua forma original”, escreveu. Ele chamou ainda a Rússia de “tigre de papel”.