Justiça do Amazonas anula processo contra réus envolvidos na morte de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido

 

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A decisão acontece depois que o Ministério Público reconheceu uma falha na condução do caso e pediu que voltasse à primeira instância. A Justiça do Amazonas anulou hoje (22) o processo contra os réus envolvidos na morte de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido, depois do acolhimento do recurso da defesa. A decisão acontece depois que o Ministério Público reconheceu uma falha na condução do caso e pediu que voltasse à primeira instância.

O julgamento teve início às 9h e aconteceu de forma virtual. Os advogados de defesa apresentaram verbalmente os argumentos para justificar o pedido de anulação do processo e liberdade. O caso foi relatado pela desembargadora Luiza Cristina Nascimento da Costa Marques.

O Ministério Público do Amazonas apontou cerceamento de defesa, já que os advogados não foram informados sobre a inclusão dos laudos periciais antes da sentença. E é por isso que o órgão pediu que o processo volte à primeira instância com a anulação parcial dos atos já realizados.

Os réus já haviam sido condenados em dezembro do ano passado. Entre eles está a mãe e o irmão de Djidja Cardoso. Os dois foram condenados a 10 anos de prisão e há também outros cinco réus com o mesmo período de condenação.

Apesar, inclusive, de reconhecer o apontamento da defesa, o Ministério Público destacou que existem provas consistentes contra os acusados, como depoimentos e mensagens extraídas de celulares, que apontam para uma associação criminosa estável e permanente dedicada ao tráfico.

Com isso, existe a possibilidade da nulidade. Se ela não for acolhida, o órgão ainda defende a manutenção das condenações. Mesmo com esse avanço, o pedido de liberdade foi negado. A defesa chegou a informar que vai ingressar com habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça em Brasília e espera também uma decisão do ministro relator ainda durante esta semana.

De acordo com a investigação da polícia, a família de Djidja Cardoso fundou um grupo religioso chamado "Pai, Mãe, Vida", que promovia o uso indiscriminado de uma droga sintética conhecida por causar alucinações e também dependência.

Djidja, que foi uma das principais atrações do Festival de Parintins por cinco anos, foi encontrada morta no dia 28 de maio de 2024. O laudo com a causa da morte não esclarece o que teria provocado o quadro, mas a principal linha de investigação da polícia aponta para a possibilidade de uma overdose como causa.