Japão emite alerta de tsunami de até 3 metros após terremoto de magnitude 7,6
A Agência Meteorológica do Japão (JMA) emitiu alerta de tsunami para as províncias de Aomori, Iwate e Hokkaido após um forte terremoto de magnitude 7,6 atingir a região na noite desta segunda-feira (manhã de segunda-feira no Brasil). O tremor ocorreu pouco depois das 23h (11h em Brasília), ao largo da costa de Aomori, com epicentro a cerca de 50 quilômetros de profundidade. Um abalo secundário, de magnitude 3,6, foi registrado em seguida.
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De acordo com a JMA, um tsunami de até três metros pode atingir a costa nordeste japonesa. A agência informou que ondas de cerca de 40 centímetros foram observadas no porto de Mutsu-Ogawara, em Aomori, e em Urakawa, em Hokkaido. Uma onda menor, de menos de 30 centímetros, foi registrada em Erimo, também em Hokkaido.
A JMA também emitiu um aviso de tsunami para as províncias de Miyagi e Fukushima, e meios de comunicação informaram que o terremoto desencadeou alertas imediatos de tsunami em cidades costeiras. Ainda não há informações sobre possíveis danos em áreas povoadas. A primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, afirmou que as autoridades fornecerão instruções de evacuação sempre que necessário.
O Japão é frequentemente atingido por terremotos devido à sua localização ao longo do chamado Anel de Fogo, um arco de vulcões e falhas tectônicas no Pacífico.
Alerta de megaterremoto
Em agosto do ano passado, o país emitiu um aviso de megaterremoto após concluir que um terremoto de magnitude 7,1 aumentou a probabilidade de tremores mais fortes. Atualmente, segundo especialistas, existe uma chance de 70 a 80% de que um terremoto de magnitude 8 ou 9 associado à fossa de Nankai — uma trincheira de 800 km de comprimento no fundo do oceano — ocorra nos próximos 30 anos, sendo que agora a probabilidade é “maior do que o normal”.
Não há indícios de que o terremoto ocorrerá em um momento ou local específico, explicou Naoshi Hirata, sismólogo da Universidade de Tóquio e chefe do painel de especialistas da agência meteorológica japonesa, à AP. O último terremoto de Nankai, ocorrido na ilha japonesa de Shikoku em 1946, registrou magnitude de 8,0 e matou mais de 1.300 pessoas.
Em 2013, uma equipe de prevenção de desastres do governo estimou que um terremoto de magnitude 9,1 na fossa de Nankai poderia gerar um tsunami de mais de 10 metros de altura em poucos minutos, matando até 323.000 pessoas, destruindo mais de 2 milhões de edifícios e causando danos econômicos superiores a 220 trilhões de ienes (R$ 58 trilhões, na cotação atual) em grande parte da costa do Pacífico do Japão.
1.500 terremotos por ano
Localizado sobre quatro grandes placas tectônicas, o Japão é um dos países mais ativos tectonicamente no mundo. O arquipélago, que abriga por volta de 125 milhões de pessoas, experimenta cerca de 1.500 abalos por ano e responde por cerca de 18% dos terremotos do mundo. A grande maioria é leve, embora os danos que causam variem de acordo com sua localização e a profundidade abaixo da superfície da Terra.
O Japão possui regulamentos de construção destinados a garantir que os edifícios possam suportar terremotos — e realiza regularmente exercícios de emergência para se preparar para um grande abalo. Mas o país é assombrado pela memória do terremoto de magnitude 9,0 ocorrido em março de 2011. Na época, o fenômeno desencadeou um tsunami que deixou cerca de 18.500 pessoas mortas ou desaparecidas.
O tsunami de 2011 também causou o colapso de três reatores na usina nuclear de Fukushima, provocando o pior desastre do Japão no pós-guerra e o acidente nuclear mais grave desde Chernobyl.
Em atualização.
