Investigações contra crime organizado avançam em 2025 e expõem sofisticação das facções
As investigações contra o crime organizado avançaram em 2025 e expuseram os tentáculos e o nível de sofisticação das principais facções do país. Em agosto, a Operação Carbono Oculto desarticulou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital.
Segundo a Polícia Federal, o PCC usava o setor de combustíveis e fundos de investimento na Faria Lima, em São Paulo, pra movimentar e ocultar recursos ilícitos.
O PCC também esteve no centro de um crime cruel contra o ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, em setembro. Ele foi perseguido e executado a tiros numa emboscada. As investigações apontaram a facção paulista como mandante do crime.
No Rio de Janeiro, uma megaoperação ampliou ainda mais o debate sobre segurança pública. A ação ocupou os Complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte, com o objetivo de conter o avanço do Comando Vermelho.
Ao longo daquele 28 de outubro, o número de mortos aumentava a cada balanço do governo. Mas a real dimensão veio no dia seguinte, quando mais de 60 corpos foram retirados de uma área de mata pelos próprios moradores e enfileirados numa praça da região.
A cena repercutiu no mundo.
O resultado foi 122 mortos, incluindo cinco policiais. Nunca tanta gente acabou morta numa operação.
Tudo ocorreu um mês depois de outra operação revelar uma teia de crimes que ligava o então deputado estadual do Rio TH Joias ao Comando Vermelho. Ele acabou preso. As investigações levaram, tempos depois, à prisão do próprio presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, que teria vazado a operação para o próprio TH.
E não parou por aí: o desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, Macário Júdice, também foi pra cadeia. O caso escancarou a relação entre crime organizado, política e Judiciário.
Houve reflexo direto no Congresso. A escalada da violência funcionou como catalisador para a tramitação do chamado PL Antifacção, já aprovado na Câmara.
O que também mobilizou o Congresso e a sociedade foram os escândalos ligado a influenciadores digitais. Uma denúncia feita pelo youtuber Felipe Bressanim Pereira, o Felca, ajudou a levar pra cadeia Hytalo Santos por suspeitas de crimes contra crianças e adolescentes.
Também foi preso o influenciador conhecido como Capitão Hunter, acusado de abuso sexual de menores de idade.
2025 também ficou marcado pela explosão de casos de violência contra a mulher. No Maranhão, a influenciadora Adriana Rosa de Oliveira foi assassinada a tiros dentro de casa.
Já em Florianópolis, a professora Catarina Kasten foi estuprada e morta enquanto caminhava por uma trilha a caminho de uma aula.
Em São Paulo, uma tentativa de feminicídio chocou pela brutalidade. Uma mulher foi atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro.
