Incêndio em Hong Kong: diretores de empreiteira são presos por homicídio culposo; 55 mortes confirmadas e 250 desaparecidos
A polícia de Hong Kong prendeu dois diretores e um consultor da empreiteira responsável por obras no conjunto residencial Wang Fuk Court, que foi atingido por um incêndio de grandes proporções nesta quarta-feira, em uma tragédia que já deixou 55 mortos e tem 250 desaparecidos. Bombeiros ainda combatiam focos do incêndio em três das sete torres atingidas pelo fogo na manhã desta quinta-feira, enquanto ocorrem buscas por sobreviventes e possíveis vítimas. Uma investigação foi aberta para apurar as causas do incidente, mas autoridades apontam que andaimes de bambu, tradicionais no território asiático, podem ter contribuído para espalhar as chamas.
Incêndio em Hong Kong: Número de mortos em complexo residencial chega a 55
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Paralelamente, um órgão anticorrupção abriu investigação sobre o contrato de reparo, estimado em HK$ 330 milhões (aproximadamente R$ 226 milhões, na cotação atual). Policiais também realizaram buscas na sede da administradora do condomínio.
Incêndio de grandes proporções atinge conjunto residencial em Hong Kong
O incêndio é um dos mais letais da história recente da cidade e supera o desastre do Edifício Garley, em 1996, que deixou 41 mortos. O fogo começou na tarde de quarta-feira (madrugada no Brasil) e se espalhou por pelo menos três das oito torres do complexo, que reúne cerca de 2 mil unidades residenciais. Até agora, 51 vítimas foram encontradas no local, enquanto outras quatro morreram após serem levadas a hospitais.
Além dos mortos, 76 pessoas permanecem internadas, 15 em estado crítico e 28 em condição grave. Outras 62 pessoas permanecem presas em sete prédios, enquanto equipes de resgate tentam acessar áreas bloqueadas pelos destroços.
O primeiro chamado ao Corpo de Bombeiros foi registrado às 14h51 (3h da manhã em Brasília). A classificação inicial de alarme nível 4 foi rapidamente elevada ao nível 5 — o mais alto da escala local. A resposta mobilizou mais de 760 bombeiros, 400 policiais, 128 viaturas e 57 ambulâncias. Quatro torres já tiveram os focos extintos, enquanto outras três seguem sob controle; uma torre não foi atingida.
Incêndio em Hong Kong
AFP
A fumaça densa reduziu a visibilidade e sobrecarregou as linhas diretas de emergência. Moradores relataram pedidos de socorro vindos de telhados e corredores, incluindo idosos, bebês e animais que permaneceram presos por horas. Pedestres a até 100 metros das chamas disseram ter sentido o calor intenso.
Centenas de pessoas foram levadas a abrigos temporários, como a escola CCC Fung Leung Kit e centros comunitários abertos pelo Escritório Distrital de Tai Po. Moradores criticaram a resposta governamental, afirmando não ter recebido instruções claras durante a emergência e cobrando o uso de helicópteros e outros recursos.
Incêndio de grandes proporções atinge conjunto residencial em Hong Kong e deixa ao menos 4 mortos
Reprodução/X
A tragédia levou à suspensão das campanhas eleitorais antes da votação do Conselho Legislativo (Legco), marcada para 7 de dezembro. O chefe do Executivo, John Lee, afirmou avaliar o adiamento do pleito, dependendo da evolução da crise.
Com as buscas em andamento, o número de vítimas ainda pode aumentar.
