Igreja Católica reconhece função da sexualidade além da procriação
Em um documento divulgado no final de novembro, a Igreja Católica reconheceu que a sexualidade também tem uma função de unir o casal. O texto explica que os atos sexuais "não se limitam a assegurar a procriação, mas contribuem para enriquecer e fortalecer a união única e exclusiva, assim como o sentimento de pertencimento mútuo".
A nota defende a união monogâmica entre homem e mulher e reconhece que o ato sexual vai além da procriação.
O documento, publicado em italiano, alerta que o individualismo consumista moderno tem provocado problemas ligados ao uso descontrolado do sexo ou à negação de sua finalidade procriativa.
O texto afirma que uma "compreensão plena da caridade conjugal" envolve reconhecer também sua capacidade de gerar vida. No entanto, ressalta que a união sexual, enquanto expressão dessa caridade, embora deva naturalmente estar aberta à procriação, não precisa ter como propósito declarado cada ato sexual individualmente.
O documento da Igreja aponta três situações em que a sexualidade do casal vai além da procriação:
Casais que não podem ter filhos;
Casais que não buscam intencionalmente cada ato sexual para gerar descendentes;
Observação dos períodos naturais de infertilidade, que pode ajudar tanto a planejar o momento de ter filhos quanto a regular a natalidade.
Vaticano impõe limites para veneração a Maria e afirma que Jesus é único Salvador
Turistas passam pela Praça São Pedro, no Vaticano.
Reprodução
Em novo decreto aprovado pelo Papa Leão XIV, o Vaticano determinou que católicos não utilizem o título de “corredentora” para se referir à Virgem Maria, reforçando que apenas Jesus Cristo é responsável pela salvação da humanidade.
A orientação foi divulgada nesta terça-feira (4) pelo Dicastério para a Doutrina da Fé e busca encerrar décadas de debate interno na Igreja sobre o papel de Maria no processo redentor. O documento afirma que o uso da expressão pode “gerar confusão e desequilíbrio” na compreensão da fé cristã.
Segundo a doutrina católica, Jesus redimiu a humanidade por meio de sua crucificação e morte. A participação de Maria nesse processo, embora reconhecida como materna e espiritual, não é considerada equivalente à de Cristo.
O texto recorda que, ao aceitar gerar Jesus — relatado na Bíblia com a frase “Que assim seja” — Maria contribuiu para “abrir as portas da Redenção aguardada pela humanidade”. Contudo, reforça que ela atua como intercessora, não como corresponsável pela salvação.
O decreto também consolida a posição adotada por pontífices recentes. O papa Francisco criticou publicamente o termo, chamando a atribuição a Maria de “loucura”. Bento XVI também rejeitava o título, enquanto João Paulo II chegou a utilizá-lo ocasionalmente, mas abandonou o emprego público após expressões internas de ceticismo.
Com a nova instrução, o Vaticano busca encerrar o debate e uniformizar o entendimento dos 1,4 bilhão de fiéis ao redor do mundo.
