Homem morre ao fazer implante dental em clínica na Argentina; dois médicos são detidos
Um homem de 64 anos morreu nesta quarta-feira durante a colocação de um implante dentário em Belgrano, bairro da capital Argentina. A família afirma que a cirurgia de Miguel Ángel Berlini, prevista para começar às 8h30 e terminar antes da tarde, terminou em parada cardiorrespiratória no centro cirúrgico e parentes suspeitam de sedação excessiva. O Ministério Público ordenou perícia no local, recolhimento da documentação e a detenção dos dois médicos envolvidos, além da interdição da clínica.
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A intervenção havia sido agendada há meses. A família relata que todos os exames pré‑operatórios estavam em dia e o homem não possuía antecedentes médicos relevantes. Após o horário previsto para a alta, a família passou horas sem informações claras da equipe, o que aumentou a angústia no local.
A primeira comunicação oficial sobre o estado crítico só ocorreu por volta do meio‑dia, quando um dos médicos disse que levaria o paciente à terapia para exames. A confirmação do óbito à família foi comunicada por volta das 17h30, quando os profissionais relataram ter tentado reanimação por 40 minutos. O Sistema de Atenção Médica de Emergência (Same) certificou o falecimento às 16h40.
O corpo foi levado para a perícia e foi determinada a apreensão da ficha clínica e das credenciais profissionais, além da perícia no bloco cirúrgico. A autópsia revelará a causa da morte. Os médicos detidos foram identificados como o proprietário da clínica, o cirurgião plástico Marcelo Fernando Robles (57), e o cirurgião maxilofacial José Miguel Galeano (47), que havia alugado o centro cirúrgico para a operação. Ambos são investigados preliminarmente por homicídio culposo.
A família questiona as manobras de reanimação e a disponibilidade de recursos no procedimento. Alegam que, embora tenha sido informada de RCP por 40 minutos, não houve uso de desfibrilador nem administração de medicamentos específicos para reversão do quadro, segundo versão de parentes. Pedem também acesso às imagens das câmeras do bloco para esclarecer a sequência dos fatos.
Parentes relataram ainda contradições sobre chamadas ao serviço de emergência e à polícia, pois, segundo relatos, o estabelecimento teria solicitado auxílio médico e depois cancelado uma chamada ao SAME. Houve também comunicações pedindo que não fossem enviadas viaturas. A família registrou a ocorrência e aguarda a conclusão da perícia e o resultado da autópsia.
Miguel vivia em Villa Adelina, San Isidro; era pai e sustentava a família trabalhando em pequenos negócios e como motorista de aplicativo. A irmã afirma não ter recebido autorização para ver o corpo e cobra transparência e justiça no caso.
A investigação segue em andamento e o Ministério Público informou que todas as medidas necessárias foram tomadas para esclarecer a causa da morte e apurar responsabilidades.
