Hamas denuncia 'escalada perigosa' após ataques israelenses em Gaza
O Hamas denunciou nesta quarta-feira uma "escalada perigosa" que ameaça o cessar-fogo na Faixa de Gaza após uma série de ataques israelenses mortais em todo o enclave palestino. O Exército israelense afirmou que os ataques foram uma resposta às violações do cessar-fogo pelo grupo palestino Hamas. De acordo com um comunicado do exército israelense, militantes do Hamas abriram fogo contra suas tropas posicionadas na parte sul do enclave palestino, mas nenhum deles ficou ferido. Segundo a Defesa Civil de Gaza anunciou que 22 pessoas foram mortas nos ataques aéreos.
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"Esta ação constitui uma violação do acordo de cessar-fogo", diz o comunicado das Forças israelenses. "Em resposta, as Forças de Defesa de Israel começaram a atacar alvos terroristas do Hamas na Faixa de Gaza", acrescenta.
Um porta-voz da Defesa Civil, o serviço de resgate do território, relatou 12 mortes na área da Cidade de Gaza, no norte, e outras 10 em Khan Younis, no sul. O Hamas denunciou as ações em um comunicado como uma "escalada perigosa" e pediu que os Estados Unidos "exerceçam pressão imediata e séria" para forçar Israel a respeitar o acordo. Em um comunicado, o grupo islamista classificou as alegações israelenses como uma "tentativa frágil de justificar (...) violações que nunca cessam".
Devido às restrições impostas à mídia em Gaza e à dificuldade de acesso à área, a AFP não conseguiu verificar de forma independente as informações de nenhum dos lados. O acordo de cessar-fogo mediado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, entrou em vigor em 10 de outubro e permanece em atividade, apesar do início das hostilidades entre os dois lados.
Mais de 280 palestinos foram mortos desde o início do cessar-fogo, segundo o Ministério da Saúde do território controlado pelo Hamas. Israel afirma que seus ataques são direcionados exclusivamente ao Hamas e seus aliados, a quem acusa de violar o cessar-fogo.
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O acordo também estipulava a libertação de 20 reféns mantidos pelo Hamas e a repatriação dos corpos dos 28 mortos. Embora restem apenas três corpos a serem repatriados, a implementação da segunda fase do acordo mediado por Trump ainda não começou. Esta etapa deve incluir um acordo sobre os termos do desarmamento do Hamas, o estabelecimento de uma autoridade de transição e o envio de uma força internacional de estabilização para o enclave.
A guerra começou em 7 de outubro de 2023, com o ataque do Hamas ao sul de Israel, que resultou na morte de 1.221 pessoas, segundo uma contagem baseada em dados oficiais. A ofensiva retaliatória israelense contra Gaza matou pelo menos 69.513 pessoas, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.
