Guerrilheiro mais procurado da Colômbia ameaça eleições após atentados de Petro
Iván Mordisco, guerrilheiro mais procurado da Colômbia, ameaçou, em um vídeo divulgado na terça-feira, interferir nas eleições presidenciais do ano que vem em resposta aos atentados ordenados pelo presidente Gustavo Petro contra seu grupo armado.
Contexto: Justiça militar colombiana investiga bombardeio autorizado por Petro que resultou na morte de sete menores
Vítimas: Novos bombardeios na Colômbia elevam para 15 o número de menores mortos
O líder de uma das facções dissidentes das extintas FARC, que acredita estar foragido na floresta amazônica para escapar da perseguição das forças de segurança, reapareceu em uma gravação após os recentes ataques aéreos que mataram não apenas guerrilheiros, mas também menores recrutados à força.
Mordisco, visivelmente magro, descreveu os atentados como uma "declaração de guerra" de Petro.
Na selva, cercado por dois homens fardados e armados com fuzis, ele previu possíveis perturbações nas eleições de 2026, nas quais os colombianos escolherão o sucessor do primeiro presidente de esquerda do país.
"Queríamos que o processo eleitoral de 2026 tivesse o mínimo de perturbações possível, mas, diante do avanço de grupos belicistas, não temos outra escolha senão tomar uma posição em defesa de nossos territórios", disse ele.
Em meio à pressão dos Estados Unidos para conter o narcotráfico, Petro intensificou as operações contra esses guerrilheiros que se financiam com cocaína.
Mas o próprio presidente e outras autoridades reconheceram que pelo menos 15 menores morreram em quatro atentados a bomba desde agosto. Essas revelações desencadearam um escândalo no qual membros do Congresso pedem a renúncia do ministro da Defesa.
As ações de Petro são "apaziguamento dos gringos, sedentos pelo sangue de crianças colombianas", declarou Mordisco, por quem o governo oferece uma recompensa de um milhão de dólares.
Este líder guerrilheiro, que não assinou o acordo de paz de 2016 com as FARC, tem sido uma grande dor de cabeça para o presidente. Em resposta à perseguição, Mordisco frequentemente ordena atentados à bomba no sudoeste do país, que já mataram vários soldados, policiais e civis.
O caminho para as eleições de 2026 é marcado pelo assassinato, em Bogotá, do senador da oposição Miguel Uribe, que morreu em agosto após dois meses hospitalizado. Petro afirma que um grupo de narcotraficantes e guerrilheiros, incluindo Mordisco, está por trás do assassinato.
