Grupo militar no Benim anuncia destituição de presidente; governo fala em tentativa de golpe frustrado

 

Fonte:


Um grupo de militares do Benim, país africano localizado no litoral da África Ocidental, anunciou neste domingo a deposição do presidente Patrice Talon, ex-empresário de 67 anos que está no poder desde 2016. O anúncio foi feito em um pronunciamento na TV estatal — embora a equipe de Talon afirme que o presidente está seguro, e que o Exército está retomando o controle.

Após golpe: Militares de Guiné-Bissau nomeiam general como presidente interino

África: Estado Islâmico expande operações e investe em sistema em rede para manter relevância após queda do califado na Síria

Militares do autodenominado Comitê Militar para a Refundação (CMR) disseram no pronunciamento que haviam se reunido e decidido que "Patrice Talon está removido do cargo de presidente". A França, por meio de sua embaixada no país, informou que tiros foram ouvidos perto da residência oficial. Já o gabinete do presidente afirmou que o grupo militar não estava no controle da capital.

Initial plugin text

— É um pequeno grupo de pessoas que controla apenas a televisão. O Exército regular está retomando o controle. A cidade e o país estão completamente seguros — disse a administração à agência AFP. — É apenas uma questão de tempo até que tudo volte ao normal. A limpeza está avançando bem.

Um jornalista da AFP em Cotonou disse que soldados estavam bloqueando o acesso à Presidência e à televisão estatal. O acesso a várias outras áreas, incluindo o hotel cinco estrelas Sofitel em Cotonou e bairros que abrigam instituições internacionais, também estava bloqueado.

Mas não havia presença militar no aeroporto nem no restante da cidade, e os moradores seguiam suas atividades normalmente.

A instabilidade política no Benim ocorre em meio a uma profunda desestabilização em toda a região. O país faz fronteira com Níger e Burkina Faso, que também passaram por golpes militares recentemente. No continente, Madagascar e Guiné-Bissau tiveram os governos civis depostos em um intervalo de dois meses. Mali e Guiné também passaram por golpes recentemente.

Talon, que chegou ao poder em 2016, é apelidado de "rei do algodão" de Cotonou, por suas atividades como empresário. Ele recebeu elogios por sucessos econômicos, e alvo de críticas de autoritarismo. Embora o mandato do presidente se encerre em abril de 2026, o pleito para sua sucessão está sob suspeita, uma vez que o principal partido de oposição foi excluído da disputa, e o partido governista disputará o poder contra uma chamada oposição "moderada".