Greta Thunberg acusa Israel de tortura e maus-tratos durante detenção em missão humanitária a Gaza

 

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A ativista ambiental sueca Greta Thunberg, de 22 anos, afirmou ter sido agredida e torturada por agentes israelenses durante o período em que esteve detida no país, após participar de uma missão humanitária rumo à Faixa de Gaza. Em entrevista ao jornal sueco Aftonbladet, ela relatou ter sido "espancada, chutada, privada de água e ameaçada com gás" enquanto estava sob custódia.

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Greta foi detida no início de outubro durante uma tentativa do grupo Global Sumud Flotilla (GSF) de romper o bloqueio naval imposto por Israel a Gaza desde 2009, levando ajuda humanitária à região. Segundo ela, os guardas israelenses teriam vandalizado sua bagagem com insultos e símbolos religiosos, além de tirar fotos ao seu lado dentro da prisão.

"Vi cerca de 50 pessoas ajoelhadas com as mãos algemadas e a testa encostada no chão. Eles me levaram para o outro lado e começaram a me bater e chutar", narrou Greta ao Aftonbladet.

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A ativista afirmou ainda que passou horas sob forte calor, em torno de 40 °C, e que precisou "implorar por água", enquanto os guardas riam e ameaçavam "gaseá-los". Ela descreveu o local como distópico", com cercas de ferro e presos mantidos em posições de submissão.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel negou as acusações e reiterou, em nota enviada ao jornal britânico The Telegraph, que as declarações da sueca são "mentiras descaradas".

"As alegações sobre maus-tratos a Greta Thunberg e outros detidos da flotilha Hamas-Sumud são completamente falsas. Greta também não apresentou nenhuma queixa formal às autoridades israelenses", afirmou a chancelaria.

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A ativista havia sido deportada de Israel no dia 6 de outubro, poucos dias após ser detida a bordo de um dos barcos da flotilha, interceptada a cerca de 160 km da costa de Gaza. Segundo o governo israelense, todos os passageiros foram transferidos "com segurança" para um porto no país.

Um vídeo divulgado pelas Forças de Defesa de Israel mostra Thunberg recebendo uma garrafa de água e um casaco de um soldado a bordo da embarcação.

Ativistas a bordo do barco Madleen levantam as mãos ao serem interceptados por forças israelenses em águas internacionais, a caminho de Gaza. Entre eles estavam Greta Thunberg e a eurodeputada Rima Hassan

Freedom Flotilla Coalition / AFP

O movimento Global Sumud Flotilla classificou a abordagem israelense como "um ataque ilegal contra humanitários desarmados em águas internacionais" e prometeu continuar suas ações.

Essa foi a segunda tentativa do grupo de levar ajuda humanitária por mar à Faixa de Gaza. Em junho, Greta e outros 11 tripulantes também foram detidos por forças navais israelenses em uma operação semelhante.

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