Gatos selvagens serão eliminados na Nova Zelândia para salvar golfinhos raros; entenda

 

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A Nova Zelândia decidiu que gatos selvagens não são mais bem-vindos no país. A medida foi anunciada pelo governo no final de novembro e tem como objetivo proteger espécies nativas, muitas delas ameaçadas de extinção, incluindo o raro golfinho Māui (Cephalorhynchus hectori maui).

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Os felinos passaram a integrar o programa Predador Free 2050, uma iniciativa nacional que busca erradicar predadores invasores até 2050. Além dos gatos, ratos, furões e gambás já eram alvo da estratégia. O programa prevê medidas como armadilhas, envenenamento e abate a tiros, sempre seguindo práticas consideradas humanitárias.

De acordo com a imprensa local, introduzidos em 1769 para controlar ratos nos navios que chegavam à Nova Zelândia, os gatos selvagens se espalharam rapidamente. Sem predadores naturais e com alimento em abundância, eles começaram a causar sérios prejuízos à fauna local. Entre os episódios registrados, um único gato matou 102 morcegos de uma espécie ameaçada em apenas uma semana.

Além da predação direta, os felinos representam risco indireto: são hospedeiros do parasita Toxoplasma gondii, causador da toxoplasmose, que pode infectar humanos e animais ao contaminarem água e solo com fezes. A presença desses gatos tem impacto direto em espécies raras, como o golfinho Māui, cuja população adulta atual é estimada em apenas 54 indivíduos.

A decisão gerou controvérsia entre ativistas de proteção animal, mas o governo defende que as evidências sobre os danos ecológicos justificam a ação. “Quando empregarmos métodos letais, utilizaremos técnicas eficientes e humanitárias, seguindo as melhores práticas”, afirmou o Departamento de Conservação em comunicado oficial.

Para os donos de gatos domésticos, a medida não afeta os animais de estimação. “Respeitamos os donos de gatos e o seu direito de ter animais de estimação. Embora a gestão de gatos de estimação e de rua esteja fora do nosso âmbito de atuação, apoiamos a posse responsável dos animais”, acrescentou o departamento.