'Fui praticamente obrigada': policial de Buenos Aires suspensa por gravar vídeos adultos revela faturamento de milhões
A policial da cidade de Buenos Aires acusada de gravar vídeos eróticos enquanto vestia o uniforme explicou os motivos por trás do conteúdo, afirmando que a ideia surgiu como uma forma de complementar a renda. Nicole V. declarou que estava em licença médica para tratamento de violência doméstica sofrida por parte do ex-companheiro e que recebia menos da metade do salário, motivo pelo qual buscou “outra” fonte de renda.
Entenda: Policial de Buenos Aires é afastada após usar uniforme para gravar vídeos adultos em redes sociais
“Eu estava em licença médica para tratamento prolongado devido a um envenenamento que sofri em decorrência de violência de gênero por parte do meu ex-parceiro. Isso aconteceu em junho. Com esse tipo de licença da Polícia Municipal, recebemos menos da metade do salário. Sou mãe de uma menina pequena, sustento minha família e quase fui obrigada a procurar outro emprego. Honestamente, essa foi a primeira coisa que me veio à mente em um momento de desespero. Eu estava fazendo tratamento neurológico para epilepsia e, na verdade, ainda estou”, declarou a agente no programa Tarde o Temprano, da emissora eltrece.
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Ela explicou que o envenenamento aconteceu enquanto se separava do ex-companheiro. Os dois ainda moravam juntos, e ela foi à casa dele buscar seus pertences restantes. No local, bebeu água de uma garrafa que continha vários gramas de uma droga e sofreu o envenenamento. “Fui hospitalizada; tive três paradas cardíacas. Está tudo registrado no meu prontuário médico. Hoje me sinto muito melhor”, relatou.
Nicole V. pediu desculpas novamente, reiterando que sua intenção não era “manchar” a reputação da Polícia Municipal e dizendo que não esperava que a gravação tivesse tamanha repercussão na mídia. Por ora, há um inquérito administrativo instaurado contra ela, e a policial permanece afastada de suas funções, já que ainda não foi oficialmente demitida. Ela acrescentou: “Sempre cumpri meus deveres; nunca houve uma reclamação. Isso aconteceu recentemente e eu não imaginava que chegaria a esse ponto. Eu não queria que isso acontecesse.”
Nicole V. declarou que estava em licença médica para tratamento de violência doméstica
Reprodução/Redes sociais
Suspensão, repercussão e investigação interna
Por fim, a policial destacou que não é a única a produzir esse tipo de conteúdo e declarou: “Sinto remorso, mas há muitas coisas que não são discutidas. Assumo publicamente a responsabilidade pelas minhas decisões, mas não sou a única que faz isso. Já estou encarregada da investigação interna. Não me é permitido falar sobre o que não está sendo discutido.”
Em outra entrevista no mesmo canal, no programa Telenoche, a agente justificou a necessidade econômica por trás da decisão de gravar conteúdo erótico e afirmou que no OnlyFans faturou 6 milhões de pesos em um mês (cerca de R$ 22,7 milhões), enquanto na Polícia Municipal ganhava 600 mil dólares.
Nos diversos vídeos publicados no TikTok, X e na plataforma de conteúdo exclusivo OnlyFans, Nicole aparece em quase todas as cenas vestindo seu uniforme da Polícia da Cidade e realizando diversos atos com outras pessoas. Embora o TikTok proíba conteúdo sexualmente explícito por suas diretrizes de comunidade, ela o fez no OnlyFans. Esse material levou à suspensão pelas autoridades e provocou um escândalo.
Conforme relatado pelo jornal La Nación, na época das gravações, Nicole estava na corporação havia três anos e três meses. Segundo relatório de seus superiores, a conduta “afeta significativamente o prestígio da instituição” e constitui “uso indevido de uniforme e equipamento policial”.
Semanas após o escândalo vir à tona, Rodrigo Tripolone apresentou uma denúncia ao Tribunal Federal solicitando uma investigação para apurar se o caso envolvia tráfico de pessoas para exploração sexual e aliciamento. O advogado afirmou ter comprovado “a existência de um grupo de perfis ativos em redes sociais — particularmente Instagram, TikTok, Telegram, X, etc. — que publicam e divulgam conteúdo sexualizado e/ou erótico, em alguns casos para fins comerciais e, em outros, produzido em conjunto por diversas jovens; entre elas, aparece repetidamente uma mulher que se identifica publicamente como ‘Policial Nicole’”.
