Filha de Mãe Menininha e liderança histórica do Gantois: saiba quem foi Mãe Carmen, ialorixá que morreu aos 98 anos em Salvador (BA)
Importante liderança religiosa do candomblé, a ialorixá Mãe Carmen de Oxaguian, do Ilé Ìyá Omi Àṣẹ Ìyámase, conhecido como Terreiro do Gantois, morreu na madrugada desta sexta-feira, em Salvador, aos 98 anos.
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Representante de uma das casas de candomblé mais tradicionais e respeitadas do Brasil, Mãe Carmen estava internada no Hospital Português e, segundo informações divulgadas pela TV Bahia, enfrentava complicações decorrentes de uma forte gripe. Nascida em 1926, completaria 99 anos na próxima segunda-feira, dia 29.
Quem foi Mãe Carmen?
À frente do Terreiro do Gantois desde 2002, Mãe Carmen foi a quinta ialorixá da casa, fundada em 1849. O terreiro, referência nacional e internacional do candomblé, confirmou a morte por meio de uma publicação em seu perfil oficial nas redes sociais na manhã desta sexta-feira.
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Filha mais nova de Maria Escolástica da Conceição Nazaré, a histórica Mãe Menininha do Gantois — uma das ialorixás mais influentes da história do candomblé no país —, Mãe Carmen teve sua trajetória profundamente ligada ao candomblé desde a infância, quando foi iniciada na religião, aos 7 anos.
Mãe Menininha do Gantois
Acervo Terreiro do Gantois
Além de sua atuação espiritual, Mãe Carmen exerceu papel relevante no campo social e cultural. Na comunidade do Gantois, promoveu ações socioeducativas, incentivou a valorização da memória do candomblé e ampliou o acesso a referências culturais por meio de cursos de ritmos e toques, dança, bordados tradicionais e outras práticas ligadas à cultura afro-brasileira.
Morre Mãe Carmen, ialorixá do Terreiro do Gantois e filha de Mãe Menininha, aos 98 anos
Reprodução/Instagram
Sua trajetória foi reconhecida por importantes instituições. Em 2010, recebeu da Unesco a Medalha dos 5 Continentes, também conhecida como Medalha da Diversidade Cultural, em reconhecimento ao seu trabalho na preservação das tradições e no diálogo inter-religioso. Em 2023, foi homenageada com a Comenda Maria Quitéria, concedida a mulheres que se destacam por serviços relevantes prestados a Salvador ou à Bahia.
Em 2011, o sambista Nelson Rufino lançou a música “A Força do Gantois”, uma homenagem à sua liderança e ao simbolismo do terreiro que ajudou a preservar e fortalecer ao longo de décadas.