Filha de ex-presidente da África do Sul acusa irmã de conspirar para recrutar jovens para a guerra da Rússia

 

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Uma das filhas do ex-presidente sul-africano Jacob Zuma apresentou uma queixa-crime contra a própria irmã, acusando-a de participar do aliciamento de homens da África do Sul e de Botsuana para lutar na guerra entre Rússia e Ucrânia. A denúncia aprofunda a crise interna na família Zuma e amplia a pressão sobre a deputada Duduzile Zuma-Sambudla, já envolvida em outros processos na Justiça.

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De acordo com a rede inglesa BBC, a acusação foi feita por Nkosazana Zuma-Mncube, que afirmou ter a “obrigação moral” de denunciar a irmã. Segundo ela, Duduzile e outras duas pessoas teriam enganado 17 homens, convencendo-os a viajar à Rússia sob a promessa de que fariam treinamento como guarda-costas do partido político de Jacob Zuma, o Mkhonto Wesizwe (MK).

A polícia confirmou que investiga o caso. Procurada, Zuma-Sambudla, de 43 anos, não respondeu aos pedidos de comentário. O governo sul-africano já havia informado ter recebido pedidos de ajuda de 17 cidadãos enviados ao front por forças mercenárias após serem atraídos por supostos contratos lucrativos.

Com a taxa de desemprego acima de 30%, e ainda maior entre jovens, analistas dizem que sul-africanos tornaram-se alvo fácil para esquemas de recrutamento clandestino.

As denúncias surgem no momento em que Zuma-Sambudla enfrenta outro processo, desta vez por acusações relacionadas ao terrorismo. Ela é julgada por supostamente incentivar, em publicações nas redes sociais, os protestos violentos que tomaram o país em julho de 2021, após a prisão de Jacob Zuma. Os atos deixaram mais de 300 mortos e geraram uma onda de saques e incêndios criminosos.

A parlamentar nega motivação criminosa e afirma ser alvo de perseguição política. Jacob Zuma, preso em 2021 por desacato ao tribunal no caso que investigava corrupção durante seu mandato, fundou posteriormente o partido MK, que terminou em terceiro lugar nas eleições do ano passado.