F1: Pilotos ganham 'ar-condicionado portátil' em traje para combater calor de até 60 °C dentro dos carros; entenda

 

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O calor extremo que quase levou pilotos ao desmaio no Grande Prêmio do Catar de 2023 mudou a Fórmula 1. Dois anos após o episódio em que Logan Sargeant abandonou por exaustão, Esteban Ocon vomitou dentro do capacete e Lance Stroll chegou a desmaiar levemente após a corrida, a FIA homologou um novo sistema de refrigeração portátil para pilotos.

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Segundo o jornal espanhol Marca, o equipamento, que estreia oficialmente neste fim de semana no GP de Singapura, já foi testado por Fernando Alonso em Monza. A Aston Martin confirmou que o espanhol e o canadense Lance Stroll usarão o sistema, que será opcional em 2025 e passará a ser obrigatório a partir de 2026, com ativação determinada pela FIA em corridas de calor extremo.

Como funciona

O dispositivo, chamado Cypher Pro Micro Cooler e fabricado pela Chillout Motorsports, não é um ar-condicionado, mas sim um sistema hidráulico ultraleve conectado diretamente à roupa íntima à prova de fogo dos pilotos. Ele distribui fluido resfriado por quase 50 metros de tubos finos espalhados pelo tronco e pelas costas, ajudando a reduzir a temperatura corporal.

O fluido é bombeado a partir de uma caixa dedicada que abriga um microprocessador e tecnologia de refrigeração. O grande desafio foi garantir que o conjunto atendesse aos rígidos padrões de resistência ao fogo exigido pela FIA.

Quando pode ser usado

Segundo a federação, o sistema poderá ser ativado sempre que a temperatura ambiente registrada pelas estações meteorológicas oficiais ultrapassar 31°C. A medição não considera o calor interno dos carros, que frequentemente chega a 50°C ou 60°C.

Embora ainda seja independente do sistema elétrico dos carros, a partir de 2026 o dispositivo estará integrado, tornando-se um recurso de segurança obrigatório, assim como já ocorreu com o halo e o Hans.

A decisão responde ao risco representado pelas condições extremas vividas no Catar, quando vários pilotos deixaram o paddock debilitados. A expectativa é de que, com a adoção do sistema, episódios semelhantes sejam evitados em corridas futuras, especialmente em locais como Singapura, onde o calor dentro do cockpit pode ultrapassar em 12°C a temperatura ambiente.