Exército de Israel diz que 26 de 104 mortos em bombardeios de terça eram combatentes, sendo 75% civis

 

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Mais de 100 palestinos foram mortos em ataques aéreos israelenses em Gaza na noite de terça-feira, segundo o Ministério da Saúde do território, controlado pelo Hamas. As Forças Armadas de Israel (IDF, na sigla em inglês) afirmaram que os bombardeios tinham como alvo “dezenas de terroristas importantes”, mas forneceram detalhes apenas sobre 26 pessoas que, segundo o Exército, seriam terroristas. De acordo com o jornal israelense Haaretz, o número total de mortos chega a 104 pessoas, entre elas 46 crianças e 20 mulheres, o que significa que cerca de 75% das vítimas eram civis.

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Os ataques, ainda de acordo com o Haaretz, ocorreram em resposta à morte do sargento israelense Yona Efraim Feldbaum, de 37 anos, integrante da unidade de Engenharia de Combate, atingido por disparos de militantes palestinos em Rafah, no sul da Faixa de Gaza.

Em retaliação, a Força Aérea de Israel lançou bombardeios contra 26 alvos em diferentes pontos do território, incluindo nove comandantes de companhia do Hamas, integrantes da Jihad Islâmica Palestina e supostos responsáveis pela produção de foguetes.

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Entre os alvos estavam também postos de observação, locais de lançamento de mísseis e morteiros, uma passagem subterrânea e um centro de fabricação de armas, segundo as IDF.

Dois dos ataques ocorreram no campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza, e atingiram duas casas da família Abu Dalal, matando 18 pessoas, entre elas cinco mulheres e várias crianças. O alvo, segundo o Exército israelense, seria Yahya Abu Dalal, descrito como comandante adjunto da divisão central da Jihad Islâmica.

Entre as vítimas estava Ameen Abu Dalal, ex-colaborador da organização humanitária The Sameer Project. Em comunicado, o grupo informou que ele foi morto junto com a esposa, os filhos gêmeos de três anos — Sham e Yahya —, três irmãos e seus pais.

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Outro bombardeio, contra uma tenda próxima ao Hospital Shuhada al-Aqsa, em Deir al-Balah, deixou cinco mortos, entre eles três crianças, segundo autoridades palestinas. Em um dos ataques, segundo o Haaretz, um bebê de 41 dias também foi morto.

Um dos nomes incluídos na lista de alvos israelenses era Muhammad Minrawi, apontado pelas IDF como “responsável pelas forças antitanque no norte de Gaza”. Fontes palestinas, no entanto, afirmaram que Minrawi era jornalista e trabalhava para um jornal local, onde ainda constavam artigos assinados por ele até 2022. Ele foi morto junto com a esposa em Nuseirat.