Ex-presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol é indiciado por 'ajudar o inimigo'; entenda
O Ministério Público da Coreia do Sul indiciou nesta segunda-feira o ex-presidente Yoon Suk Yeol por novas acusações de "ajudar o inimigo", sob a alegação de que ele teria ordenado o envio de drones ao espaço aéreo da Coreia do Norte para sustentar sua declaração de lei marcial.
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A Coreia do Norte afirmou no ano passado ter "provado" que drones sul-coreanos lançaram material de propaganda sobre Pyongyang, algo não confirmado pelo Exército da Coreia do Sul. A promotoria abriu neste ano uma investigação para apurar se o envio dos equipamentos teria sido uma tentativa ilegal de provocar o regime norte-coreano e usar uma eventual reação como justificativa para decretar a lei marcial.
Nesta segunda-feira, a promotora Park Ji-young informou que sua equipe apresentou "acusações de beneficiar o inimigo e abuso de poder" contra o ex-presidente. Segundo ela, Yoon e aliados "conspiraram para criar as condições que permitiriam a declaração de uma lei marcial de emergência, aumentando o risco de um confronto armado intercoreano".
Park afirmou que foram encontradas evidências em um memorando, escrito em outubro pelo ex-chefe de contrainteligência de Yoon, no qual se defendia a necessidade de "criar uma situação instável ou aproveitar uma oportunidade que surja".
As Coreias permanecem tecnicamente em guerra desde o fim do conflito de 1950-53, concluído com um armistício, e não com um tratado de paz.
A crise política se intensificou em dezembro, quando Yoon decretou lei marcial e enviou tropas ao Parlamento para tentar impedir que legisladores votassem pela reversão da medida. A manobra fracassou. O ex-presidente foi detido em janeiro e, em abril, afastado definitivamente do cargo. Seu rival, Lee Jae Myung, assumiu a Presidência após as eleições gerais de junho.
Além das novas denúncias, Yoon responde por acusações de insurreição e outros crimes relacionados à decretação da lei marcial.
